Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quinta-feira, 8 de maio de 2003 15h20


A ASSEMBLéIA LEGISLATIVA MOSTRA ATé O DIA 15 DE MAIO A EXPOSIçãO ‘MARECHAL RONDON - DAS LINHAS TELEGRáFICAS àS EXPEDIçõES CIENTíFICAS’. O ACERVO é UM APANHADO GERAL SOBRE A VIDA DO PATRONO DAS COMUNICAçõES, QUE AJUDOU A ESCREVER A HISTóRIA DE MATO GROSSO POR SUA DETERMINAçãO NO VALOR AOS íNDIOS, NO EMPREENDIMENTO DE SUAS PESQUISAS E NA IMPLANTAçãO DE POSTES DE LINHAS TELEGRáFICAS.

Exposição na AL retrata<br> a vida de Rondon

O acervo aborda a trajetória de Marechal Rondon que afirmava que “só uma revolução moral poderia solucionar os problemas do Brasil”

SECRETARIA DE IMPRENSA / ALMT



A Assembléia Legislativa mostra até o dia 15 de maio, no saguão da sua entrada principal, a exposição ‘Marechal Rondon - Das Linhas Telegráficas às Expedições Científicas’. O acervo é um apanhado geral sobre a vida do Patrono das Comunicações, que ajudou a escrever a história de Mato Grosso por sua determinação e coragem no valor que dispensou aos índios, no empreendimento de suas pesquisas e na implantação de postes de linhas telegráficas, fatos que o tornaram respeitado mundialmente.

Por meio da exposição, é possível fazer uma verdadeira viagem pelo cenário que Rondon criou ao desbravar as terras mato-grossenses e o forte contato com os povos indígenas, por intermédio das fotos e documentos que marcaram época graças á trajetória de Cândido Mariano da Silva.

O arquivo da Casa Barão de Melgaço - Acervo Ramiro Noronha, apresenta ilustrações como o Salto Utrariti, de grande potencialidade hídrica, descoberto e explorado pelos integrantes da Comissão Rondon, em 1908; a Estação Telegráfica de Juruena, Rosário Oeste, Porto Esperidião e a Sala de Aparelhos Telegráficos de Cuyabá; Turma de Locação no acampamento do Pau Secco; fotos dos povos indígenas de São Lourenço; Cuicuro, Simões Lopes, Camaiurá, Bororo e Nhambikwáras, inclusive com danças, rituais e time de futebol indígena nos idos de 1950.

O Instituto Memória está realizando duas exposições ao mês, com o intuito de apresentar trabalhos acadêmicos e resgatar a história mato-grossense. “O Saguão da Assembléia Legislativa deve ser o palco de informações culturais dedicadas ao público como esta sobre Rondon”, comenta a secretária do Instituto Memória e membro da Sociedade de Amigos de Rondon, Isis Catarina Brandão.

O Mato-Grossense

Cândido Mariano da Silva nasceu em 5/5/1865, em Mimoso, na Sesmaria denominada Morro Redondo, município de Santo Antônio do Leverger. De descendência indígena dos povos Terenas e Bororo, sua mãe Claudina morreu quando Cândido tinha apenas dois anos e seu pai, que também faleceu prematuramente, pediu ao sei irmão, Manoel Rodrigues da Silva Rondon que cuidasse do menino e proporcionasse estudos a ele. “O menino é muito vivo e deve ter uma oportunidade e um dia será orgulho para nossa terra”, disse em seu leito de morte.

Órfão de pai e mãe, Cândido foi criado pelos avós Maria Constança e João Lucas Evangelista. Iniciou seus estudos em Mimoso, quando contrariando seus avós foi estudar em Cuiabá, no Colégio Liceu Cuiabano, a pedido do seu tio Manoel. Diplomou-se professor aos 16 anos, idade que não o permitia lecionar, porém, com incentivo do tio mudou-se para o Rio de Janeiro onde residiu de 1881 a 1889.

“Era a minha vida austera e afanosa. Não perdia um minuto, consagrando todo o meu tempo, toda a minha capacidade moral e intelectual e prática ao objetivo único de vencer com brilho - vencer para regressar a Cuiabá e, realizando o voto de meu pai, servir à minha Terra”.

Em 1890, diplomou-se Bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais, pela Escola Superior de Guerra do Brasil. Pelo seu trabalho e honra, Cândido Rondon recebeu reconhecimento mundial, condecorações nacionais e internacionais, homangens estrangeiras e diversos diplomas como, por exemplo, o de presidente honorário.

O nome Rondon

Em homenagem ao seu tio, Manoel Rondon, Cândido requereu ao Ministro da Guerra, permissão para acrescentar ao seu nome o sobrenome do tio. Seu pedido foi deferido por meio da portaria número 28, de 1890, quando passou a se chamar Cândido Mariano da Silva Rondon.

A Expedição

Com a necessidade do estabelecimento de comunicação entre as diversas Províncias e o Rio de Janeiro, Rondon decidiu-se pela construção de uma linha telegráfica ligando Franca a Uberaba, Goiás a Cuiabá, por isso criou a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas.

A Expedição Cuiabá, responsável pelos trabalhos situados à margem esquerda do Araguaia, por indicação de Floriano Peixoto, foi chefiada pelo Major Carneiro, tendo Rondon como ajudante.

Construída a etapa Cuiabá-Araguaia, em 30/04/1891, partiu para a complementação das ligações telegráficas com a zona da fronteira, com mais de 1,7 km, alcançando Corumbá, Porto Murtinho, Bela Vista e Cáceres, divisa com a Bolívia, Coxim, Nioaque, Miranda, Livramento e Poconé.

O Cientista

Rondon também foi um grande empreendedor em pesquisas, investigações, explorações e observações no campo da Geografia, Cartografia, flora, fauna, Geologia, Ortografia e potamografia, além de relativos estudos à origem dos cursos d´água, coordenadas geográficas, composição do solo, variedades botânicas. Ele catalogava todas as plantas encontradas pelos botânicos da Comissão.

O resultado de suas pesquisas foi encaminhado ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. No total, foram 23.107 exemplares de Botânica, Zoologia, Mineralogia, Geologia e Antropologia, inclusive muitas espécies e até famílias nos domínios da história natural foram derivadas do seu nome como homenagem.

Mato Grosso deve a Rondon a primeira carta geográfica do Estado, na qual corrigiu traçados de rios, direção e nomenclatura de serras, posições topográficas de cidades, vilas e povoados.

Em 1909, estabeleceu o Centro Geodésico da América do Sul, em Cuiabá, no Campo D’Ourique, hoje Praça Moreira Cabral, sede da Assembléia Legislativa, reconhecido pela diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do Exército, cuja carta foi homologadas em 1975.

O Indigenista

Orgulhoso pela sua origem, Rondon demonstrava respeito aos índios. Com muita paciência, os índios foram pacificados chegando a venerar o Patrono das Comunicações como Grande Chefe.

A criação do Serviço de Proteção ao Índio, em 1910, e do Parque Nacional do Xingu, aprovado em 1952, marcou admiravelmente a sua obra a favor da população indígena brasileira.

Na Política

Rondon tinha postura firma e afirmava que “só uma revolução moral poderia solucionar os problemas do Brasil”. Importantes cargos públicos e propostas a cargos eletivos lhe foram oferecidos. Seu nome chegou a ser lembrado como candidato de conciliação à sucessão presidencial. Porém, nunca se deixou fascinar pelo “estrelismo”, até a sua morte foi um homem simples, mas com idéias e ideais mais elevados que os brilhos passageiros que lhe foram propostos.

Sociedade Amigos de Rondon

Com o intuito de manter viva a obra de Rondon, a entidade foi fundada em 5/5/1959, pelos idealizadores Ramis Bacair, Rubens de Mendonça, Vera Randazzo e Ronaldo de Castro e emite correspondência para todo o Brasil informações sobre a obra e a vida do Marechal Rondon.

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