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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 29 de maio de 2006 16h48


O II FóRUM DE MOBILIZAçãO ESTADUAL PELA REDUçãO DA MORTALIDADE MATERNA, PROMOVIDO PELA SALA DA MULHER DA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA, DEBATEU PROPOSTAS VISANDO APONTAR CAMINHOS QUE DIMINUAM O ALTO íNDICE DE MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL EM MATO GROSSO. O EVENTO, QUE ACONTECEU DURANTE TODA TARDE DE ONTEM...

Fórum discute combate à mortalidade materna em MT

Com apoio da Sala da Mulher, o evento teve participação de vários órgãos e entidades mato-grossenses

JOSÉ LUIS LARANJA / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO



O II Fórum de Mobilização Estadual pela Redução da Mortalidade Materna, promovido pela Sala da Mulher da Assembléia Legislativa, debateu propostas visando apontar caminhos que diminuam o alto índice de mortalidade materna e infantil em Mato Grosso. O evento, que aconteceu durante toda tarde de ontem (29) contou com as parcerias do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Infantil, Comitê Municipal de Mortalidade Materna e Infantil de Cuiabá, Governo do Estado e prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande.

“Pretendemos atingir essas metas até 2010 no Estado. E o Fórum é justamente para discutirmos as propostas e sabermos as reais causas dessas mortes em Mato Grosso”, afirmou a coordenadora da Sala, Roseli Barbosa.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, em 2004, para cada 100 mil partos, ocorreram 61 casos de mortes em Mato Grosso. No ano passado, esses números aumentaram para 63 (o número aceitável é 20). “É um número preocupante e que precisamos combater de imediato e o fórum é justamente para buscamos alternativas”, lembrou Roseli.

Para a presidente do Comitê Estadual, Dorvina Pereira, a declaração de óbito é a principal fonte de identificação de mortes, utilizada pelas Secretarias Estadual e Municipal de Saúde. Ela conta que as mortes de mulheres férteis, ou seja, de 10 a 49 anos de idade, são investigadas pelas duas Secretarias, seja nas unidades Hospitalares, Serviços de Pré-natal, Domicílios e Serviços de necropsia, conforme o caso.

“As mortes maternas ou presumíveis são investigadas e analisadas pelo Comitê, e para a seleção dos óbitos, o Comitê utiliza a lista de causas presumíveis do Ministério da Saúde”, disse Dorvina.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a morte materna uma “epidemia silenciosa”, que assume valores assustadores. Para se ter uma idéia, no mundo, anualmente, cerca de 585 mil mulheres morrem por complicações na gravidez, parto, aborto e puerpério (período pós-parto), sendo que cerca de 99% destas, ocorrem em países em desenvolvimento.

Ainda no evento, durante a conferência “Contextualização da Mortalidade Materna em Mato Grosso”, a médica Márcia Marli Yamamoto; argumentou que a morte materna reflete um impacto social na vida de todos. “Esse impacto pode até destruir uma vida familiar”, destacou a médica, que representou o Conselho Regional de Medicina.

Na opinião do superintendente da Atenção Integral à Saúde, Vitor Rodrigues, a principal política adotada pelo Governo Estadual em combater a mortalidade materna e infantil está direcionada na regionalização da saúde para o interior.

“Já implantamos esse sistema nos municípios de Sorriso, Cáceres e Rondonópolis, e por meio do parto humanizado (parto com menos participação de membros de saúde- chamado natural) podemos diminuir esse índice no Estado”, alertou Rodrigues.

Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que em 1998, foi de 65,8 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos no Brasil. Porém, somente 11 das 27 capitais (incluído o Distrito Federal) possuem Comitês de Mortalidade Materna atuantes ou em fase de implantação e apenas o Comitê do Paraná executa um trabalho que abrange todo o Estado.

Outro dado levantado durante o Fórum é que os partos cezárias aumentam as infecções nas mulheres, no entanto, a própria Secretaria Estadual de Saúde já iniciou um trabalho voltado para melhorar o parto normal e com isso, diminuir a taxa de mortalidade. “O apoio da Sala da Mulher é fundamental para diminuirmos a alta taxa de mortalidade no Estado, através das informações da mídia”, explicou Dorvina Pereira.

As discussões de hoje fazem parte do Fórum de Debates sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, realizado em parceria do Poder Legislativo, Universidade Federal de Mato Grosso e PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) O Fórum discutiu mecanismos para envolver e sensibilizar os diferentes segmentos sociais para o cumprimento dos objetivos.

Naquela oportunidade foram discutidos os objetivos do Milênio pelos países membros da Organização das Nações Unidas, em 2002. São oito macro-objetivos com metas e indicativos a serem atingidos até 2015 através de ações concretas dos governos e da sociedade na busca de solução para alguns dos graves problemas da humanidade: erradicação da pobreza e da fome; ensino básico universal; igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres; redução da mortalidade infantil; melhoramento da saúde materna; combate ao HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

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