Terça-feira, 26 de abril de 2005 16h41
Fundeb garante recursos para 47 milhões de alunos
SÉRGIO FERNANDES / ASSESSORIA DE GABINETE
A audiência foi requerida pela deputada estadual Vera Araújo e pelo deputado estadual Ságuas Moraes, ambos do PT. Vera, que presidiu a solenidade, é membro da Comissão de Educação, Cultura, Desporto e Seguridade Social do Legislativo Estadual. A audiência contou com palestras do deputado federal Carlos Abicalil (PT) e do secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Francisco das Chagas.
O Fundeb deverá substituir o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef). De acordo com Francisco Chagas, a proposta do Fundeb é, na verdade, uma verdadeira reforma tributária na Educação, pois redefine a participação do governo federal, estados e municípios na composição do bolo de recursos (25% de diversos tributos) que compõem as verbas da educação pública nos níveis já citados. O Fundef é considerado um fundo limitado, pois privilegia o ensino fundamental na divisão dos recursos.
O projeto de mudança (uma Emenda Constitucional) ainda está em discussão entre o governo federal, executivos estaduais e municipais, trabalhadores da educação e parlamentares. A proposta é a equalização dos recursos em todos os níveis, garantindo-se que, apesar da divisão dos recursos, o piso para o ensino fundamental não seja inferior ao já praticado sob o Fundef.
No momento, discute-se que o percentual de recursos do Fundeb deverá ser de 20% para a manutenção, com 5% sendo reservados para investimentos. O fundo será composto por todos os impostos estaduais e alguns dos municipais (o IPTU, ISS e ITBI ficariam de fora). O governo federal entraria com 10% para complementar o fundo. Hoje, a União entra com 2,37%.
Esse recurso adicional seria obtido através da "revinculação" de recursos da chamada Desvinculação de Recursos da União (DRU), que retira, anualmente, cerca de 4 bilhões de reais da Educação. Esses recursos seriam reivinculados na ordem de 25% por ano durante quatro anos.
Na audiência, o deputado Carlos Abicalil disse que o teto em discussão no momento, de 60% dos recursos (dos 25%) para o pagamento dos profissionais da Educação, é insuficiente, já que os recursos humanos são o principal insumo do setor. O deputado Ságuas Moraes defendeu que também sejam garantidos recursos para a manutenção de creches.
A secretária estadual de Educação, Ana Carla Muniz, também destacou a necessidade de mudanças na distribuição dos recursos. Ela lembrou que o Brasil ficou em último lugar numa pesquisa entre 32 países quanto ao desempenho em disciplinas como matemática e português. De acordo com ela, Mato Grosso está ainda abaixo da média nacional.
O presidente do Sintep, Júlio César Viana, ressaltou que a implantação do Fundeb é um dos caminhos para se chegar ä implantação do Sistema Único de Educação.
Também fizeram pronunciamentos no evento o secretário de Educação da Capital, João Pedro Valente; a representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), Enair Regina Batista; o prefeito de Confresa, Mauro Sérgio (PT) e Paulo Eduardo dos Santos, presidente do Conselho Municipal de Educação de Cuiabá.
Também participaram o deputado Humberto Bosaipo (PFL) e o reitor da UFMT, Paulo Speller. Ao final, o deputado Carlos Abicalil destacou que todas as intervenções sobre o Fundeb tiveram um caráter positivo. A deputada Vera informou que ela e o deputado Abicalil estariam nesta quarta-feira (27) em Brasília. No local estará ocorrendo a "Marcha em Defesa de Recursos para a Educação Pública". Uma das bandeiras do movimento, citada por Abicalil durante a audiência, é a conversão de uma parcela da dívida externa em investimentos na Educação. A Unesco já aprovou a proposta, que deve ser apreciada também na ONU.
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