O deputado estadual Alexandre Cesar (PT) indicou ao governador Blairo Maggi e ao presidente do Detran de Mato Grosso, Teodoro Lopes, a necessidade em realizar campanha para utilização dos faróis baixos acesos dos veículos automotores durante o dia nas estradas de Mato Grosso. A sugestão cumpre a recomendação da resolução nº 18/98 do Conselho Nacional de Trânsito, o Contran, que estimula o uso dos faróis baixos na estrada.

Conforme a resolução do Contran, o sistema de iluminação é elemento integrante da segurança ativa dos veículos. A necessidade dos faróis ligados se justifica pelas cores e formas dos veículos modernos contribuírem para mascará-los no meio ambiente, dificultando a sua visualização a uma distância segura para qualquer ação preventiva, mesmo em condições de boa luminosidade. Por isso, o Conselho de Trânsito recomenda que autoridades de trânsito promovam ação educativa para que os condutores mantenham o farol baixo na rodovia durante o dia.

Este procedimento já foi adotado nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, por meio das Leis Estaduais nº.s 11.766/97 e 10.788/97, respectivamente. A medida gera polêmica, pois ainda não há pesquisas no Brasil apontando os resultados de se utilizar os faróis ligados durante o dia. Apesar de contar com boa luminosidade na maior parte do ano, em Mato Grosso as queimadas reduzem a visibilidade no trânsito e os faróis acesos poderiam evitar colisões frontais nas estradas.

Manter os faróis dos veículos acesos durante o dia é um procedimento que começou a ser adotado nos países escandinavos na década de 70 do século passado, para compensar a baixa luminosidade ambiental, pois nesta região do globo a incidência solar é baixa em certos períodos do ano, sobretudo durante o inverno. Na Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Hungria e no Canadá, todos situados próximo ao Círculo Polar Ártico, é obrigatório manter os faróis acesos no período diurno.

No Canadá, desde 1989, os veículos devem sair de fábrica equipados com dispositivos que acionam os faróis automaticamente. No momento em que se liga o motor, os chamados "Daytime Running Ligths – DRL" são acionados. Em 1972, A Finlândia exigiu as luzes dos automóveis acesas de dia em estradas rurais no inverno e, uma década depois, durante o ano inteiro. A Suécia adotou o procedimento em 1977, a Noruega em 1986, a Islândia em 1988, a Dinamarca em 1990 e a Hungria a partir de 1993. Nos Estados Unidos, não há a obrigação de fabricação de carros com acendimento automático das luzes, embora alguns estados exijam o seu acionamento durante o dia, em caso de mau tempo.

Além desses países, a Holanda, a Austrália e Israel tornaram o procedimento obrigatório, mas abandonaram depois, por razões diversas.

Na Europa e Estados Unidos, onde as mortes no trânsito preocupam, mas nem de longe são tão graves e tão freqüentes quanto no Brasil, alguns fabricantes de veículos já desenvolveram faróis específicos para uso durante o dia, inclusive nas cidades, onde o tempo de reação também precisa ser alto para evitar choques e acidentes. Na Europa, todos os países devem acompanhar o que já é feito na Escandinávia com a aprovação da ECE R37, que torna obrigatórios os DRL (Daytime Running Light), ou faróis de uso diurno.

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