O deputado Silval Barbosa (PMDB), eleito para exercer a presidência da Assembléia Legislativa no próximo biênio, representa na verdade a promessa de um processo de continuidade na estratégia que vem sendo aplicada para modernização da Casa. Barbosa já faz parte da Mesa Diretora e conhece o Plano Estratégico que será aplicado na nova sede do Legislativo, em 2005. Afinal, é um dos seus criadores.

Realista, com o objetivo de melhorar o atendimento ao público que procura diariamente pelos deputados, prevê convênios com Universidades locais e com a Unesco, para a capacitação dos servidores. Otimista, fala da possibilidade da TV/Assembléia transmitir suas programações em todo o estado e alcançar a todos os cidadãos mato-grossenses.

Silval diz que o Fethab tem alcance social e elogia, no embalo, o trabalho que vem sendo feito pela primeira dama do Estado, Terezinha Maggi, na Secretaria de Trabalho e Cidadania. Ele é pela pavimentação da BR-163 até o Porto de Santarém, no Pará; e defende a privatização da rodovia para a conclusão da obra.

Peemedebista, fez uma avaliação sobre os ganhos e perdas do seu partido nas eleições municipais deste ano. Ele comentou sobre o relacionamento da próxima Mesa Diretora com a futura administração do prefeito eleito Wilson Santos, do PSDB.

AL - Qual é sua expectativa para assumir a presidência da Assembléia Legislativa?

Silval Barbosa - A expectativa é grande, até porque é um processo de continuidade. Já fazemos parte da Mesa Diretora e estamos executando um Plano Estratégico para a modernização da Casa. Ele será aplicado na nova sede do Legislativo em 2005 e prevê a capacitação dos servidores, convênios com as Universidades e com a Unesco. A propósito, estamos na finalização das negociações para uma parceria com a Unesco, que oferece o quadro técnico profissional com objetivo de melhorar o atendimento ao público que procura pelos deputados no dia-dia.

AL - O Plano Estratégico tem dado certo?

Silval - Algumas metas estão sendo corrigidas e outras mudadas. Com o tempo se chega a um denominador comum, a uma real situação. No entanto, faço uma avaliação positiva da implantação dessa nova estratégia adotada pela Assembléia Legislativa, que tem por finalidade aprimorar o desempenho dos servidores no atendimento aos cidadãos.

AL - Dentro do Plano Estratégico existe a possibilidade da TV Assembléia deixar de ser tv paga para transmitir suas programações em todo estado de Mato Grosso.

Silval - É um sonho de toda a Mesa Diretora alcançar todo o cidadão. Já estamos trabalhando há mais de três anos com esse objetivo. A TV/AL teve início com o deputado Humberto Bosaipo e o ex-deputado Nico Baracat, que encamparam a idéia de implantar a tv no legislativo. Agora estou à frente desse processo. Estive por várias vezes em Brasília, juntamente com o secretário de Imprensa, Ramon Monteagudo e o diretor operacional da emissora, Wanderley de Oliveira, que estão em contato direto com representantes de tv’s de outros estados brasileiros, que também querem abrir o sinal de suas emissoras para a população.

AL - O senhor acredita ser possível a TV Assembléia transmitir sua programação em 2005 para todo o estado?

Silval - Queremos, sim, pelo menos em médio prazo expandir o sinal da TV/AL para todos os municípios pólos de Mato Grosso e, conseqüentemente, atender as demais regiões. Pelos contatos que tivemos na Câmara e no Senado, acho que é possível realizar esse sonho do parlamento estadual. O processo de aprovação está avançado, em Brasília. Queremos ver se no início do ano já começamos montar uma TV com maior estrutura, transmitindo a programação em sinal aberto. É importante que isso aconteça para que o cidadão possa conhecer, mesmo à distância, o trabalho daquele que elegeu para representar sua região e todo o Estado na Assembléia Legislativa.

AL - A lei do Fethab está sendo utilizada corretamente pelo Estado?

Silval - Faço uma avaliação positiva. Essa questão das estradas para mim é um trabalho social e a habitação tem sido um dos marcos do atual governo, que está sabendo usar os recursos do Fethab de acordo com o que determina a lei, aprovada com a finalidade de prestar serviços de infraestrutura emergencial nas estradas e para a construção de moradias populares em Mato Grosso. É claro que existem algumas correções para se fazer, mas nada que não esteja ao alcance do secretário responsável pelos gastos do dinheiro arrecadado pelo Fethab.

AL - O governo prioriza a infraestrutura e reduz gastos com o social?

Silval - Tem vários programas dentro da Secretaria de Trabalho e Cidadania da primeira dama, Tereza Maggi, como por exemplo, o Jovem Empreendedor, os programas Meu Lar, Nossa Terra, Nossa Gente e as casas populares que estão sendo implantadas pelo governo Blairo Maggi e que nós deputados somos responsáveis para acompanhar. Avalio que o social também está sendo feito. Concordo que a administração Maggi está com seu foco direcionado para a infraestrutura, mas outras áreas têm tido a atenção do governo, como as ações do Indea que está com um forte trabalho no combate à febre aftosa; na agricultura, o apoio ao pequeno empresário rural, o fortalecimento da Empaer a agilização da regularização fundiária e na área da saúde. Então, a gente pode afirmar que todas as áreas do governo estão sendo atendidas.

AL - Qual é a sua avaliação do governo Lula?

Silval - Apesar de ter sido liberado alguns recursos para as nossas BR´s, no que diz respeito à maioria dos seus ministérios, ainda é lenta a mobilização do governo federal. Nós esperamos que o Lula dê atenção para o nosso estado, que é emergente e está sendo considerado modelo por outros estados brasileiros. Mas falta ação direta por parte dos ministérios em Brasília, principalmente na questão das estradas federais que cortam Mato Grosso, para facilitar o escoamento da safra.

AL - O senhor acredita que a BR-163, por exemplo, seja concluída em 2005?

Silval - No lado de Mato Grosso, sim. Mas não será tudo. Precisamos dessa BR, que é a espinha dorsal do estado e do país, até o porto de Santarém, no Pará. Feita essa obra, aí sim, não tenho dúvida da consolidação de um grande canal de escoamento. O que estão propondo ao governo Lula é que faça investimentos, mas faça a privatização para executar a obra. O consórcio já foi aprovado por todos em Mato Grosso. Só falta o governo federal regularizar a parte burocrática. Sou a favor da privatização, que embora tenha custos propicia benefícios. Por exemplo: fica mais barato pagar R$ 20,00 no pedágio até Garanta do Norte, que ter um pneu de carreta, ônibus ou carro cortado, como acontece freqüentemente nas nossas estradas.

AL - A proposta de Zoneamento Agroambiental vai sair do papel no ano que vem?

Silval - Vai sair numa discussão muito forte. Não será enfiada de goela abaixo, sem debates com a sociedade. Afinal, a proposta está há muito tempo tramitando no Executivo e não é assim, jogando a responsabilidade para a Assembléia Legislativa, achando que vamos discutir no afogadilho, para aprová-la. Vamos chamar a sociedade para o debate e as alterações que tiverem de ser feitas, serão por meio de consenso com a população.

AL - Como deverá ser a relação da Mesa Diretora com o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos?

Silval - Não somente com Wilson Santos, mas com todos os outros prefeitos eleitos teremos uma relação muito boa. A Assembléia Legislativa tem sido o elo de integração entre o governo e os municípios nos avanços de benefícios para o Estado. Wilson terá todo apoio do legislativo. Ele foi deputado estadual e tem facilidade de relacionamento com todos os parlamentares. Acredito na administração dele e tenho a certeza de sua facilidade de relacionamento com a nossa instituição.

AL - Comente sobre suas ações desde que chegou ao parlamento estadual?

Silval - Temos várias ações que incluem projetos em defesa aos deficientes físicos, a lei do cardápio em braile, meio ambiente, infraestrutura, proposta para a revisão da lei nacional de adoção que discutimos recentemente, obras para os municípios. O meu mandato sempre esteve à frente dessas iniciativas que ajudam a melhorar a qualidade de vida da população.

AL - Suas ações o credenciam à reeleição em 2006?

Silval - É lógico que trabalhamos com o alvo de uma reeleição. Mas esse projeto depende o partido. No momento certo vamos definir sobre esse objetivo.

AL - O PMDB saiu fortalecido das eleições de 2004?

Silval - Teve seus ganhos e suas dificuldades. E isto já foi avaliado pelo partido que tem simpatia popular, mas que precisa de reformulações.

AL - A Assembléia Legislativa aprovou o novo Regimento Interno. Essa iniciativa contemplou todos os setores?

Silval - O Regimento Interno ainda está em análise de modificações. Falta a conclusão de outros livros. É um regimento complexo, que vai ter várias alterações, incluindo mudança na Constituição Estadual. Para isso, temos uma equipe técnica e jurídica, liderada pelo deputado Humberto Bosaipo (sem partido), que está fazendo um estudo detalhado dessas novas medidas que vão orientar os rumos do legislativo.

Mais informações:
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