Bolivianos residentes em nosso estado foram homenageados com a instituição da Lei 8.295 publicada no Diário Oficial do Estado no mês passado e que instituiu o Dia da Comunidade Boliviana em Mato Grosso a ser comemorado anualmente em seis de agosto, data da Independência daquele país. A indicação partiu do deputado Mauro Savi (PPS).

“As populações fronteiriças de Mato Grosso e Bolívia mantêm um histórico, pacífico e constante entrelaçamento e congraçamento econômico e social, onde pontifica a amizade e a cordialidade entre dois povos que almejam a integração entre as duas nações amigas e por isso, é importante que reconheçamos essa convivência, homenageando uma data tão importante”, disse Savi.

Para ilustrar a cordialidade daquela gente com o povo brasileiro, o deputado lembrou o episódio do internamento na Bolívia, de integrantes da famosa Coluna Prestes ocorrido em 1927. Para ele, “esse gesto político de recepção aos revoltosos da Coluna Prestes talvez seja a maior expressão de solidariedade humana prestada pelo povo e pela nação boliviana aos brasileiros, independente das implicações políticas, ideológicas e diplomáticas envolvidas”.

O fato ocorreu há exatos 78 anos, quando em 04 de fevereiro de 1927, a Coluna Prestes despertou em território Boliviano. No dia anterior, o major Ari Salgado Freire em nome do Alto-Comando revolucionário, cruzara a fronteira para negociar o pedido de asilo com o comandante da guarnição militar de San Mathias. Depois de quase dois anos e meio de marchas e combates, os rebeldes conseguiam dormir, pela primeira vez, sem sonhar com o inimigo.

Para conceder o asilo as autoridades militares bolivianas impuseram apenas uma condição: a entrega do armamento pesado e da respectiva munição. A pedido do Alto-comando a então major Heliodoro Carmona Rodó autorizou, por medida de segurança, que os rebeldes mantivessem em seu poder as armas de cano curto. Prestes e Miguel Costa temiam que se repetisse na Bolívia o que ocorrera no Uruguai, quando tropas brasileiras invadiram o país para degolar um grupo de revolucionários refugiado no povoado de Los Galpones.

Esse episódio histórico confirma que a amizade entre bolivianos e brasileiros remonta a um passado de compreensão, fraternidade e solidariedade. Atualmente essas manifestações também estão presentes, consolidadas, por exemplo, no interesse comum de combate à febre aftosa bovina por meio do envolvimento de autoridades governamentais e de esforços conjuntos das populações de fronteira”, concluiu Mauro Savi.

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