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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 11 de julho de 2005 11h34


APESAR DO RECESSO PARLAMENTAR, VáRIOS DEPUTADOS TRABALHAM NORMALMENTE NA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA, EM ESPECIAL OS QUE TêM BASE NA BAIXADA CUIABANA. O DEPUTADO NATANIEL DE JESUS (PMDB) é UM DELES. ESTA SEMANA, ELE CONCEDEU UMA ENTREVISTA à RáDIO AL E SECRETARIA DE IMPRENSA E ...

Nataniel quer candidatura própria ao Governo

Contudo, o deputado não descarta a hipótese do PMDB apoiar a reeleição de Maggi

VALÉRIA CRISTINA / SECRETARIA DE IMPRENSA



Apesar do plenário estar em recesso parlamentar, vários deputados se encontram na Assembléia Legislativa trabalhando normalmente, principalmente, os que têm base na Baixada Cuiabana. O deputado Nataniel de Jesus (PMDB) é um deles. Esta semana, ele concedeu uma entrevista à Rádio AL e Secretaria de Imprensa e comentou sobre diversos assuntos, como projetos de sua autoria, política, eleição e partido. Confira abaixo a entrevista do peemedebista.

Assembléia - Qual a sua opinião sobre a possibilidade do fim do passe livre?

Nataniel de Jesus – Eu fico muito temeroso quanto a essa questão. É uma lei que traz grande benefício para pessoas que precisam estudar. Um país para se desenvolver precisa de educação que é primordial, o carro chefe do desenvolvimento. Se o município um dia aprovou uma lei que traz benefício pára os estudantes e esses matriculados em escolas distantes de sua residência se vêem na condição de perder o direito, provavelmente deixarão de freqüentar a sala de aula. A perda desse benefício será prejudicial ao Estado que almeja o desenvolvimento.

AL – O senhor é favorável que empresas de cartão de crédito recolham impostos para Mato Grosso?

Nataniel – Com certeza. Nós temos até um projeto tramitando na Assembléia. Temos algumas empresas que têm matriz em São Paulo e Rio de Janeiro e operam em todo território nacional. Quando algum cidadão faz uma compra, a loja paga o ICMS para o Estado, mas a administradora do cartão não recolhe para o Estado onde a pessoa titular do cartão fez a compra. São essas coisas que o governo do Estado deveria estar atento. Nós entramos com um projeto para que o serviço prestado aqui recolha o imposto aqui. Ora, se eu usei meu cartão em Mato Grosso o imposto tem que ser recolhido aqui. Isso vai trazer mais riqueza, mais dinheiro para Mato Grosso. Se nós colocarmos na ponta do lápis são milhares de pessoas que usam cartão de crédito e nenhum deles é daqui, são de Rio e São Paulo. Então, isso significa que esses Estados estão recolhendo às nossas custas. Só servimos de praça para eles ganharem dinheiro.

AL – Deputado é possível parcelar a carteira de habilitação em até 18 meses?

Nataniel – Também é um projeto nosso. Ao meu ver, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um documento muito caro e muito importante. Porque não é um documento apenas para te habilitação para conduzir um veículo, ele também te qualifica. Temos pessoas que precisam ser qualificadas. Nós temos, por exemplo, a questão dos cobradores de ônibus. Devido às catracas eletrônicas essas pessoas, em prazo curto ou médio, poderão perder seus empregos e são pessoas sem qualificação profissional. Se essas pessoas perderam seu emprego para as catracas, 1.200 cobradores vão trabalhar de que? Provavelmente, as mulheres vão ser diaristas, os homens vão trabalhar como camelô. Mas se essas pessoas tiverem uma CNH, uma carteira de motorista profissional, elas estarão não somente habilitadas a conduzir um ônibus, mas estarão qualificadas a ganhar mais.

AL – Há então a possibilidade de tirar uma carteira e pagar em 18 meses?

Nataniel – Isso nós também estamos vendo. Nós queremos aprovar esse projeto justamente para alcançar as pessoas de baixa renda, que poderão melhorar sua renda e assim diminuir a desigualdade social que temos aqui de ricos muito ricos e pobres cada vez mais pobres. Nós queremos junto ao MT Fomento, ampliar essa idéia. Por que não o MT Fomento financiar para o cidadão uma CNH? Porque, diga-se de passagem, uma CNH aqui em Mato Grosso gira em torno de R$ 700 a R$ 1 mil, enquanto que em Mato Grosso do Sul custa apenas R$ 350.

AL – O senhor recebeu várias emendas do interior para a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Algumas foram aprovadas?

Nataniel – Nós tivemos nossas emendas aprovadas. Temos um compromisso com o governo. Apresentamos já onde seriam essas obras. Dessa vez não coloquei nada para Cuiabá e sim, para outros municípios do Médio Norte, da grande Cáceres e na outra, eu quero deixar para Cuiabá e Várzea Grande. Dessa vez deixei para esses outros municípios que também estão em uma precariedade muito grande. Todas essas emendas foram aprovadas, graças a Deus e com certeza nós teremos essas obras no interior.

AL - Como o senhor avalia o fato de ter sido o deputado que mais apresentou projetos no primeiro semestre deste ano?

Nataniel – Eu fico, de certo modo, lisonjeado por saber que nosso trabalho teve esse respaldo, esse reconhecimento, até mesmo pela imprensa. Mas nós não estamos aqui competindo com ninguém, simplesmente tenho colocado os projetos à medida que vemos a necessidade do povo. Nós vemos hoje, muitas necessidades da sociedade procuramos defender o povo e faço isso apresentando projetos. É bem verdade que os outros deputados também apresentaram projetos, outros estiveram mais preocupados com audiências públicas, todos trabalharam. Esse semestre foi de grande proveito. Fico bastante satisfeito por saber que fui o recordista, sem estar disputando, sem pretensão, mas fico feliz.

AL – Falando agora sobre política, o diretório municipal do PMDB está sob o comando de quem?

Nataniel – Ele está sob intervenção. Nós tivemos uma comissão provisória instalada da qual, sou membro, juntamente com mais quatro pessoas. Essa comissão expirou o prazo de 60 dias. Nós colocamos o nosso nome. O senador (Carlos Bezerra) nos convidou e disse: Nataniel, você que deve ser o presidente. E nós temos o apoio de muita gente do partido. Mas outros quatro elementos se opuseram à essa idéia, achando que também tinham condições de serem presidentes. Como ficou aquele impasse, a comissão foi prorrogada por mais 60 dias. Eu concordei e estamos dentro desse prazo de 60 dias. Mas, o nome principal, mais cogitado é o nome do deputado Nataniel de Jesus, não por ser deputado, apenas, mas por ser da base de Cuiabá. Então, hoje temos o deputado Nataniel, um vereador de Cuiabá, outros futuros deputados que estão colocando seus nomes. No momento que tivermos na ata, confirmado que o deputado Nataniel é o presidente do diretório regional, aí vamos entrar com a nossa equipe, fazendo um movimento dentro do diretório, trazendo as lideranças dos bairros, a militância para perto, porque o povo tem uma simpatia pelo nosso nome. O povo sabe como o deputado Nataniel trabalha. Nós não estamos discriminando ninguém, estamos apenas dizendo que o nosso trabalho é de unificar, de elo com as lideranças dos bairros.

AL – Como está a relação do senhor com o vereador Walter Rabelo, que também é do PMDB e da comissão provisória de Cuiabá?

Nataniel – Olha, nós nunca tivemos uma boa relação. Mas, também não posso dizer que tenhamos uma má relação. Na verdade nosso contato é muito pouco. Eu admiro o Walter Rabelo, o trabalho que ele faz na televisão, sua popularidade, tem um bom nome, foi o vereador mais votado da história de Mato Grosso. Também é um grande nome para a chapa de deputado estadual, não tenho nada contra ele. É muito tempo para estar programando, fazendo projetos juntos. Ele tem o projeto dele e eu também tenho um projeto para o PMDB. Eu não sei do projeto dele, mas o meu não é pessoal é partidário. Eu procuro a unidade, o todo, trabalhar não só para mim, mas também para os outros deputados que temos e preciso fazer também um trabalho importantíssimo, forte, para os nossos vereadores. Hoje, nós só temos um, mas precisamos trabalhar agora, fazer base, alicerçar bem o PMDB na Capital, para que na outra eleição municipal possamos fazer pelo menos dois, três vereadores e não somente um. É verdade que o Walter tem toda essa popularidade é um grande nome e também está disputando a presidência do diretório municipal. Ele tem o apoio de uma corrente. Eu tenho o apoio de duas correntes. Essa é a verdade, o nosso nome está aí e eu não tenho nada contra ele. Agora se ele tem alguma coisa contra mim, eu não sei.

AL – O PMDB deve apoiar o governador Blairo Maggi em uma possível reeleição ou terá candidato próprio?

Nataniel – Eu acredito que o partido para se fortalecer tem que ter candidato próprio. Seja, grande ou pequeno. Porque um partido pequeno, se quer crescer, tem que lançar um nome. Nós vemos o exemplo do Prona, em São Paulo. Imagine se o Enéas nunca tivesse feito uma campanha, nunca tivesse batido forte no nome da sigla? Hoje nós não teríamos um deputado recordista, que fez e está fazendo história. Porque um deputado federal com 1,5 milhão de votos é para entrar na história do país. Então, eu pego isso como exemplo, como diretriz, para dizer que se um partido grande não tiver candidatura própria ele desce, a tendência dele é enfraquecer e tornar-se pequeno. E o PMDB é um partido grande, de maior militância, de maior simpatia, é o maior partido do Brasil. Então, seria uma covardia, uma incompetência do PMDB de Mato Grosso ele se acovardar, colocar o pé atrás e dizer que não tem candidato a governo nem ao Senado. Seria uma incompetência, uma covardia nossa. E o povo quer ver o PMDB governando, no poder, isso em nível nacional, estadual e municipal. O povo ama o PMDB. Nós temos candidatura própria, temos nomes para o governo, temos nomes para o Senado, para federal, temos chapa muito forte para estadual. Agora, esse é o pensamento principal, inicial do partido. Mas, se o PMDB achar que deve coligar com outro partido, vamos estudar, porque existem outros partidos que querem coligar com o PMDB, que querem o apoio do PMDB, seja o PFL, o PSDB, o PT, seja o PPS. Então você me pergunta: será que vai dar para apoiar o governador? De repente o governador vai ter o nosso apoio irrestrito, porque de repente o governador vem para o PMDB também. Tem essa hipótese do governador, que a meu ver hoje é o maior nome para disputar a eleição de 2006. Vamos dizer que ele venha para o PMDB. O partido vai estar mais forte ainda. Mas se ele não vier e se de repente compusermos com o PPS e apoiarmos o governador? Pode acontecer. Eu acho viável. Agora, é preciso conversar com todos. Mas de início precisamos ter um candidato e depois pensamos em uma coligação.

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