O deputado estadual Nico Baracat (PSB) percorreu os 70 Km das BRs 163 e 364, entre Várzea Grande e Jangada, trecho conhecido pelos motoristas como corredor da morte em razão do alto índice de acidentes. Semana passada, na tribuna da Assembléia Legislativa, o deputado fez um apelo para que a bancada mato-grossense no Congresso Nacional se empenhe junto ao Ministério dos Transportes para a duplicação desse trecho.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no ano passado ocorreram 87 acidentes graves entre Várzea Grande e Jangada, com 15 vítimas fatais. A rodovia é a única alternativa de escoamento da safra das regiões do Médio-Norte e Nortão, além do sul do Pará. A produção estimada de grãos na área de influência da BR-163 é de 5,5 milhões de toneladas. “É um corredor de exportação que se afunila de Jangada para a capital, com tráfego intenso de carretas. Esse quadro de risco e constante perigo não pode prosseguir”, afirmou Baracat.

O deputado constatou que a rodovia está esburacada em vários trechos, sem acostamento e com o mato atrapalhando a visão das placas de sinalização. Também não há proteção lateral das pontes sobre os rios Pari e Carandá. O Inspetor Bezerra, chefe de Operações da 2ª Superintendência da PRF, disse que a maior preocupação com os acidentes se verifica a partir de maio, quando aumenta o tráfego de carretas por causa do escoamento da produção. “Cerca de 60% do PIB de Mato Grosso passa entre Jangada e Várzea Grande, mas a estrada não recebe a devida atenção do governo federal”.

No ano passado, Baracat fez indicações ao Ministério dos Transportes e aos deputados federais e senadores do estado para que o trecho fosse duplicado. Ele afirmou que está se empenhando para buscar alternativas que resultem na diminuição do tráfego nesse trecho, como a conclusão dos 68 Km de asfalto da MT-010 entre o distrito de Nossa Senhora da Guia e Rosário Oeste. Sugere ainda a adequação do leito da rodovia MT-240, de Nobres à região de Sete Placas, no entroncamento com a MT-140, daí descendo para Nova Brasilândia até Campo Verde, chegando a Rondonópolis. “Com isso desafogaria o trecho de Jangada”.

A má conservação da estrada vem gerando revolta entre os motoristas. É o caso do caminhoneiro Cícero Bezerra, que transporta carga de Sinop a São Paulo e alega que sempre que passa pela rodovia verifica um acidente. “Comigo nunca aconteceu, mas já perdi vários amigos”. Outro que reclama é o caminhoneiro Reginaldo Pereira. “Nesse trecho não há acostamento. Quando um caminhão quebra, tem que ficar na estrada, em local perigoso, e aí acontecem os acidentes graves”. De acordo com a Polícia Rodoviária, apenas a operação tapa-buracos é feita até Jangada, sem nenhuma medida efetiva para recuperá-la como aconteceu na BR-070, do Trevo do Lagarto até Comodoro.

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Jaime Neto/Rosana Carrilho