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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Sexta-feira, 10 de junho de 2005 10h15


UMA PREOCUPAçãO DA DEFESA CIVIL DO ESTADO DE MATO GROSSO COM O NíVEL DE ASSOREAMENTO DO RIO CUIABá, NO TRECHO ENTRE A PONTE JúLIO MULLER (KM 609,7) – QUE LIGA CUIABá E VáRZEA GRANDE – E O PORTO CERCADO, EM POCONé (KM 457), CHEGOU à ASSEMBLéIA LEGISLATIVA EM FORMA DE ALERTA...

Obstrução do rio Cuiabá preocupa Assembléia

Caso está ocorrendo entre a Ponte Júlio Muller e Porto Cercado, e preocupa Defesa Civil do Estado. Desassoreamento vai custar US$ 72 milhões

FERNANDO LEAL / SECRETARIA DE IMPRENSA



Uma preocupação da Defesa Civil do Estado de Mato Grosso com o nível de assoreamento do Rio Cuiabá, no trecho entre a Ponte Júlio Muller (km 609,7) – que liga Cuiabá e Várzea Grande – e o Porto Cercado, em Poconé (km 457), chegou à Assembléia Legislativa em forma de alerta.

De acordo com o Boletim nº 28/05-Cedec, emitido anteontem (07), há locais em que a obstrução está atingindo 3,5 metros. As informações técnicas do superintendente do órgão, Domingos Iglesias Valérios dão conta de que esse volume diminui o curso corrente do rio. “Ele altera toda a ‘veracidade’ das réguas limnimétricas para determinação do volume d’água e o seu cálculo da vazão”, diz o boletim.

Para o presidente da Comissão Permanente de Mio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembléia, deputado Sérgio Ricardo (PPS), o assoreamento do Rio Cuiabá é séria. “É uma questão gravíssima, principalmente por causa do funcionamento – por longos períodos, das dragas instaladas em locais não tecnicamente definidos. Entre outros prejuízos, por exemplo, esse fato acabou provocando mudanças do curso do rio”, disse o parlamentar.

Ele considerou um “exemplo claro” o que aconteceu com uma das conhecidas praias de Santo Antonio de Leverger – município vizinho de Cuiabá. “O local – onde eram realizados festivais de praia tradicionais – já deixou de oferecer condições para isso. Ele sofreu uma transformação drástica e hoje só tem pedregulhos por causa das dragas que se instalaram lá”, completou Sérgio Ricardo. A comissão desenvolve ações políticas e técnicas destinadas a contribuir para o saneamento de questões como essa.

Ainda de acordo com o boletim, a Defesa Civil vai agendar reuniões com o coordenador da Administração da Hidrovia do Rio Paraguai (AHIPAR), Antônio Paulo de Barros Leite, em Corumbá (MS), e com a Companhia de Pesquisas Minerais (CPRM), em Cuiabá. A intenção é estudar meios de fixação de cálculos hidráulicos. Segundo levantamentos revelados pela Defesa Civil, o volume no trecho em questão atinge a 18.000.000m³ de margem à margem. Ao custo de U$ 4,00 o m³ para desassoreá-lo, o volume total de recursos atingiria a casa dos 72 milhões de dólares.

Subordinada ao Ministério dos Transportes, a AHIPAR representa o Governo Federal no setor fluvial e apóia esse meio de transporte com obras. O órgão também desenvolve as ações voltadas ao estudo e ao aproveitamento dos rios como modo de transporte mais confiável e econômico. A CPRM é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia com as atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Sua missão é gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, para o desenvolvimento sustentável país.

OUTRO ALERTA Numa projeção feita até o ano de 2010, poderá haver problemas na utilização da água para a agricultura irrigável na Bacia Hidrográfica do Rio Cuiabá. O alerta está contido no diagnóstico da bacia, apresentado no em consulta pública, realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso [Seder] e Fundação Estadual de Meio Ambiente [Fema].

O levantamento que culminou no diagnóstico foi realizado por uma empresa de engenharia e durou oito meses. Durante este período foram analisadas as partes física e sócio-econômica dos 103 mil km quadrados que compõem a bacia. A apresentação mostrou que existem na região cortada pelo Rio Cuiabá cerca de 1 milhão e 300 mil habitantes e que, assim como no resto do país, justamente onde a concentração humana é maior – a exemplo dos grandes centros urbanos, a qualidade da água cai bastante.

Os pontos detectados são os trechos que passam nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço, e ainda o que passa em Rondonópolis. De acordo com o estudo, o que ainda vem segurando a qualidade da água da bacia é o seu alto poder de depuração, que advém da grande quantidade do volume de água. O uso múltiplo das águas do Rio Cuiabá e de seus afluentes tem criado conflitos crescentes, mobilizando grande parte da sociedade, dada a importância e o papel que o rio Cuiabá tem em seus usos diretos e indiretos. Esses usos são: abastecimento público, produção de energia, irrigação, diluição de esgoto domiciliar e industrial, pesca e turismo. As alterações na ocupação da bacia – principalmente a intensificação da atividade agrícola – vêm causando nos últimos anos impactos nos recursos hídricos tais como erosão, assoreamento, eutrofização e contaminação por agrotóxicos.

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