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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 6 de maio de 2002 00h00


OIT DIZ QUE ESTADO TEM PAPEL FUNDAMENTAL NA GERAçãO DE EMPREGO

OIT diz que Estado tem papel fundamental na geração de emprego

Tema foi discutido durante seminário realizado pelo deputado Riva

MARIA NASCIMENTO / ALMT



O diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Armand Pereira, disse que o combate ao desemprego juvenil precisa estar apoiado principalmente em políticas públicas. “Se o Estado não investir nos jovens de hoje, amanhã ele terá um problema a mais para toda a sociedade. Precisamos desenvolver e implantar estratégias concretas para inserir os jovens no mercado de trabalho, antes que eles caiam, por exemplo, na criminalidade”, afirmou.

Para ele, o Estado precisa pensar no jovem como riqueza, não só como problemas. “Mas para isso, é preciso que haja uma política pública que invista na educação e numa distribuição de renda mais justa”, afirmou.

Segundo Armand existem várias formas de o Estado reduzir o desemprego juvenil. Entre elas, está o redirecionamento das prioridades de investimentos públicos para o setor. “O governo tem que estar atento à formação profissional dos jovens e estabelecer pactos e planos sociais para definir metas e compartilhar custos de aumento da empregabilidade”, afirmou.

As ponderações foram apresentadas durante o “I Seminário Sobre o Desemprego Juvenil no Estado”, organizado pelo deputado José Riva (PSDB) e que contou com a participação de estudantes, sindicalistas, representantes da Promotoria da Juventude, autoridades no assunto e outros.

Armand Pereira afirmou que a “conjuntura social atual é negativa, com um cenário de baixo crescimento econômico”. Para ele, o Estado tem que ser mais agregador para que haja mais pactos capazes de gerar mais demanda ao setor econômico. “Não adianta esperar o crescimento externo. Caso contrário o Brasil estará perdido”, disse.

Segundo Aramand, além de estabelecer pactos e planos sociais; os governantes precisam investir no aumento da formação profissional; compartilhar os custos dos empregos; definir alianças entre os segmentos educacional, industrial, comercial, de agricultura e apoio logístico e informática, por exemplo.

Diversificação da economia

Para o deputado Riva o panorama nacional é preocupante, mas a situação de Mato Grosso é mais grave e demonstra claramente que o índice de desemprego entre jovens é maior que o dos adultos. “Concordo com o Armand e acho que é obrigação do Estado encontrar políticas públicas para resolver esse problema”, afirmou.

Durante o debate, Riva fez um alerta sobre o elevado índice de criminalidade em todo o Mato Grosso, e o comparou com a alta do desemprego. “Ficou evidente que se não houver um crescimento da economia em torno de 6% ao ano, nós vamos continuar desempregando. Precisamos investir mais na geração de novos empregos sob o risco de termos um aumento ainda maior das mazelas sociais”, disse.

Para resolver o panorama estadual do desemprego juvenil, Riva defendeu que o Estado e a iniciativa privada têm que partir em busca da diversificação das atividades econômicas.

“O setor produtivo e o governo precisam reconhecer a atual defasagem educacional e da qualificação profissional dos jovens e adultos. É preciso identificar os problemas regionais e gerar programas de desenvolvimento, contemplando as suas peculiaridades”, defendeu.

O parlamentar fez ainda um apelo ao governo do Estado para que a Lei do Programa Primeiro Emprego, de sua autoria, seja regulamentada e colocada em prática. “Trata-se de um instrumento legítimo e multiplicador que não pode ser descartado”, afirmou.

82 mil jovens desempregados em MT

Um índice alarmante mostrado pelo Sistema Nacional de Emprego (SINE) mostra que o desemprego entre os jovens com idades entre 16 e 24 anos aumenta a cada dia. “Dos 254 mil trabalhadores desempregados em Mato Grosso, 82 mil são jovens”, afirmou o coordenador regional do órgão, Salvi Bosco Resende.

Ele disse que a questão do desemprego é profunda e complexa no mundo inteiro, e que vem desde uma postura individual pró-ativa, até a influêcia do FMI. “Nós somos reféns do mercado financeiro internacional. Tudo isso está incluído no problema, que não diminuirá sem ações firmes e emergenciais”, ponderou.

Para ele, a questão da qualificação profissional é fundamental. “Precisamos formar a mão de obra para a realidade do mercado, com novas qualificações e tecnologias. E isso se consegue com a elevação do nível da educação formal”, disse.

Resende salientou a necessidade de se discutir o desemprego em todas as faixas etárias. “Como o perfil do emprego está mudando muito nos últimos anos, há que se ver a questão do desemprego como um todo e não somente em faixas etárias. A questão do primeiro emprego é uma saída, mas ela precisa ser colocada em prática sem prejudicar os mais idosos”, ressaltou.

O presidente do Grêmio Estudantil JK do colégio estadual André Avelino Ribeiro, Benedito Augusto de Moura Lara, de 17 anos, o Seminário é um estímulo para a busca de qualificação profissional e a inserção no mercado de trabalho. “Precisamos de cursos de qualificação profissional. Às vezes somos marginalizados porque não termos experiência, além disso muitas empresas não nos dão trabalho porque estamos na idade de prestar o serviço militar. Isso desanima”, afirmou.

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