O deputado Zé Carlos do Pátio (PMDB) criticou ontem o comportamento do governador Blairo Maggi (PPS) e de quase todo o seu staff no tocante ao relacionamento com a Assembléia Legislativa e a sociedade em geral. Ele fez uma alerta sobre a necessidade de Maggi fazer uma reflexão e avaliar a forma de condução dos seus últimos dois anos de mandato, o que seria, conforme disse, essencial para o futuro do governador.

A fala do parlamentar aconteceu na sessão matutina desta quinta-feira, 04 de novembro, na Tribuna da Assembléia Legislativa. De acordo com o peemedebista, o governo Maggi está muito distanciado da sociedade e limitado a um grupo que “não o deixa ver a realidade”. “Não adianta o governador fazer inúmeros investimentos no Estado se ele não permite a participação das entidades, da população, no processo”, frisou.

Citando como exemplo a política habitacional, apesar de elogia-la, o deputado questionou a forma como ela vem sendo conduzida. “Em alguns municípios fica tudo concentrado nas mãos dos prefeitos ou em pessoas da base aliada. Em Cuiabá, o governador investe, mas as pessoas não vêem a presença dele. Por que ele não chama a população para participar. A administração dele é extremamente técnica, não envolve forças políticas, não vai para as bases. Mato não é uma empresa, é um órgão público, com vários setores da sociedade. O governador tem que usar toda sua perspicácia de empresário na vida pública”, opinou Pátio.

O deputado argumentou ainda que o relacionamento do Governo, como um todo, com a Assembléia Legislativa também não está a contento. Segundo o peemedebista, assim como os deputados precisam de sensibilidade para debater os assuntos discutidos na Casa, Maggi também precisa ter sensibilidade para ouvir os deputados. Isso inclui os secretários de Estado, conforme Pátio. Para ele, um exemplo de bom secretário é o de Saúde, Marcos Machado. “Marcos Machado tem uma capacidade grande de dialogar. Se todos fossem assim, o Governo seria diferente”, arriscou.

Em suma, Pátio analisa que a relação do Governo com a sociedade e com a Assembléia tem que mudar. É preciso mais aproximação, mais diálogo, mais entendimento, “sob pena de se comprometer politicamente”.

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