Sexta-feira, 17 de agosto de 2007 09h33
UM PROGRAMA DE CONCESSãO DAS áREAS MARGINAIS DAS ESTRADAS ESTADUAIS – PARA REFLORESTAMENTO – ESTá PROJETANDO PARA CURTO E MéDIO PRAZOS A OPORTUNIDADE DE MATO GROSSO AUMENTAR SUA OFERTA DE MADEIRA INDUSTRIAL, DE FIXAR PERMANENTEMENTE SUA MãO-DE-OBRA NO CAMPO COM DISTRIBUIçãO DE RENDA E GERAR ATIVIDADES ECONôMICAS FLORESTAIS QUE VIABILIZEM A MENTALIDADE DA SILVICULTURA COMO ATIVIDADE PRINCIPAL DO ESTADO
Programa garante processamento de celulose em MT
Projeto de Wagner Ramos prevê a transformação de margens disponíveis das estradas estaduais em pequenas fazendas florestais. Produto final será oferecido à Amazônia com menor custo-frete
FERNANDO LEAL / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO
O objeto principal dessa medida – de acordo com o autor da proposta, deputado Wagner Ramos (PR) – são as margens das rodovias estaduais, que estejam sem perspectivas de utilização imediata. Um projeto do parlamentar explica que, a partir da observação de critérios técnicos, essas áreas específicas podem ser cedidas – em comodato não oneroso e de prazo determinado – aos trabalhadores que possuam comprovadas vocações florestal e agrícola, conforme sua capacidade social, em consórcio gerido pelas unidades sociais e empresariais rurais organizadas.
“A idéia é que, nessas margens, sejam implantadas florestas de essências exóticas e de rápido crescimento para fins de futura produção de carvão vegetal – consorciadas com agricultura e dentro da capacidade possível – sem que isto resulte em periculosidade ao tráfego de veículos e reservando os acostamentos para sua finalidade básica”, explicou Ramos.
A implantação do programa também vai permitir:
a) a formação de estoques para viabilização de grandes unidades de celulose e papel, ampliando a base da indústria mato-grossense;
b) contribuir com o sucesso do Plano de Negócios Florestais a ser implantado em todas as propriedades rurais privadas do Estado;
c) a produção de alimentos consorciados com a silvicultura;
d) desenvolver o ambiente adequado para introduzir a xiloquímica como atividade econômica em Mato Grosso; e, finalmente,
e) o aproveitamento dos profissionais de engenharia florestal e outros que sejam aplicados nessa atividade, formados no âmbito do Estado.
Esse programa será vinculado à Sinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) e terá como política prioritária a transformação das margens disponíveis das estradas estaduais em pequenas fazendas florestais.
“Os objetivos dessa nossa proposta são múltiplos. Entre eles, estão a obtenção de produtos florestais para industrialização da economia do setor e o propósito sócio-econômico de oferecer matéria prima para as indústrias e ocupação da mão-de-obra ociosa e carente de oportunidade”, enumerou o parlamentar, citando ainda a introdução nessas áreas do plantio de pequenas lavouras de curta duração, ajudando no combate à fome.
Paralelamente, as prefeituras poderão aderir ao programa oferecendo:
I - serviços de planejamento florestal para a obtenção de financiamento junto aos programas existentes;
II - assistência técnica e acompanhamento dos plantios florestais e agrícolas;
III - formando viveiros de mudas para ceder aos trabalhadores;
IV - fazendo acompanhamento social das famílias e bolsa de empregos florestais; e
V – criando – em conjunto com o administrador do programa e os demais órgãos de Governo – um plano de praças e comercialização dessas matérias primas florestais, de forma a melhor operacionalizá-la com a criação de bolsas de carvão, de lenha e de madeiras nobres de pequenas dimensões, oriundas das copas e raízes.
Wagner Ramos observou que Mato Grosso dispõe de uma grande área de terras às margens das rodovias, que lhe custa anualmente pesadas somas em sua manutenção. “Nosso projeto prevê a utilização dessas áreas marginais na formação de uma base florestal com espécie exótica – o eucalipto – para criação, em curto prazo, de uma ou mais unidades de processamento de celulose em Mato Grosso e em conseqüência, uma Planta Industrial de papel, visando a oferta desse produto à Amazônia, com menor custo de frete.
O deputado esclareceu, ainda, que – como propriedade do Estado – essas áreas marginais seriam cedidas em comodato a trabalhadores sem ocupação. Esses trabalhadores cultivarão florestas, consorciadas com plantios de outros produtos de curto ciclo – em seu benefício – assim como a matéria prima florestal. A meta é que o esse mecanismo gere atividade econômica, assentamento de famílias por longo prazo e atividades de plantio de florestas nas propriedades privadas vizinhas.
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