Deputados do PT e do PMDB manifestaram na última sexta-feira tranqüilidade de que a conversa que as siglas terão hoje (17), não vai ser uma decisão da cúpula partidária de cima para baixo. As direções dos partidos, as bancadas federais e estaduais vão aprofundar critérios sobre a aliança das agremiações em municípios de Mato Grosso.

Para Cuiabá, acredita o deputado Nataniel de Jesus (PMDB), a parceria eleitoral de ambos seria em um segundo turno. A reunião acontece às 8 horas, no Hotel Áurea.

Para engrossar mais a discussão, o ex-governador Anthony Garotinho (RJ) lançou o vereador Totó Parente pré-candidato a prefeito, no sábado (15), no Centro de Eventos do Pantanal.

A sensação entre as siglas, segundo simpatizantes e filiados dos dois partidos, é que o fato do presidente regional do PMDB, ex-senador Carlos Bezerra, ter sido nomeado presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), praticamente selou a aliança entre ambos. No caso, segundo essa tese, o PMDB apoiaria o procurador Alexandre César, também presidente do PT estadual. Mas há resistência sobre um partido apoiar ou outro como cabeça de chapa em Cuiabá.

A começar por Nataniel que acredita em composição com o PT e com o PPS, mas diz que a prioridade da sigla é ter candidatura própria em Cuiabá, como pede a militância, porque a sucessão na Capital tende a irradiar uma onda positiva e interferir em outros municípios. A deputada Verinha Araújo (PT), diz que a reunião é para verificar em quais municípios os dois partidos estarão juntos. Ela não vê dificuldade para apoio de peemedebistas ao PT.

“Ao meu ver, essa aliança é para o segundo turno. Nosso plano número um pe candidatura própria, principalmente em Cuiabá. O PMDB não pode abrir mão porque vai fragilizar demais candidaturas nos municípios”, preocupa-se o deputado Nataniel. “Se o vereador Totó Parente não for candidato, vou lutar para ser candidato, ainda que tenha que colocar meu nome outra vez na disputa”, avisa.

“Não podemos descartar aliança. Temos que conversar com todos e não está descarta a aliança com o PT e o PPS. O PMDB é parte do governo federal, mas a questão de gestão não pode estar no processo de aliança”, diz o deputado Nataniel. “Essa reunião é para ver os municípios onde o PT pode se articular com o PMDB. Temos que ver onde o PMDB e o PT têm mais afinidade. É uma decisão que não pode ser de cima para baixo. Depende da base e essa conversa depende do PMDB”, frisou Verinha.

A deputada diz que os peemedebistas se elegeram como oposição na esfera municipal, em 2000. E cita que a composição da Mesa Diretora foi atuada com os dois partidos e os partidos, na Câmara de Cuiabá, seguiram com ações conjuntas em votações até o início de 2002. “Se o PMDB mantivesse a postura junto com o PT, teria condição de alterar a correlação de forças na Câmara e conseguido brigar por outras questões de interesse da sociedade”, relembra Verinha.

O suplente de deputado, Sidney Salomé (PMDB), pré-candidato a prefeito de Araputanga, diz que historicamente os dois partidos estiveram juntos no município e mantêm a aliança neste ano. Mas diz que a realidade de cada diretório deve ser respeitada na decisão sobre composição partidária.

Vera e Nataniel concordam que no interior não há obstáculos para os dois partidos irem para o embate das urnas juntos. Vera cita o bom relacionamento que os partidos sempre tiveram no Vale do Araguaia, em municípios como São Félix do Araguaia, Confresa e Vila Rica, com uma ala mais histórica, do PMDB de raiz em confronto de sucessão municipal.

Além desses municípios do interior, Nataniel cita Cáceres, onde os partidos têm boa relação e os petistas devem apoiar pré-candidatos como a advogada Fernanda Portocarrero ou José Araújo.

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