O deputado João Malheiros (PPS) se reúne amanhã, terça-feira, às 14hs, no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT) com empresários, membros da Organização Não Governamental (ONG) e Governo do Estado. O obejtivo é discutir as alterações do projeto de lei de sua autoria que estabelece normas para a destinação final de garrafas e outras embalagens plásticas.

Ano passado, uma audiência pública solicitada por João Malheiros e o deputado Sérgio Ricardo (PPS), alertou para a reciclagem das garrafas Pet pelas indústrias. O resultado da audiência ampliou toda as discussões em torno do assunto.

“É uma forma de preservar a natureza onde os vasilhames PET (polietileno tereftalato) são os maiores causadores da poluição no meio ambiente”, explicou o parlamentar, ressaltando também, que quem produz, importa, comercializa produtos plásticos será obrigado a comprá-lo de volta.

De acordo com o projeto, são solidariamente responsáveis pela destinação final e ambientalmente adequada de garrafas e outras embalagens plásticas, os produtores, distribuidores, importadores e comercializadores de bebidas e alimentos de qualquer natureza, como óleos combustíveis, lubrificantes e similares, cosméticos e produtos de limpeza.

“A reutilização das garrafas e outras embalagens plásticas em processo de reciclagem já é feita em outros estados. Porém, em Mato Grosso, ainda não estamos fazendo nada a esse respeito. É o momento de combatermos esse problema”, disse Malheiros.

A indústria de reciclagem foi a que mais cresceu no setor plástico no estado de Santa Catarina, nos últimos cinco anos. Neste período, o volume reprocessado cresceu 166,4% ao ano, atingindo 16,9 mil toneladas em 1999. Isso equivale a 3,7% do total transformado pelo setor em Santa Catarina.

Contudo, esse crescimento reflete mais o reaproveitamento de resíduos gerados em processos industriais do que a reciclagem de lixo doméstico, como embalagens e garrafas, o chamado plástico “pós-consumo”.

Este segmento cresce de maneira menos acelerada, devido a problemas como a necessidade de escala de produção, falta de linhas de financiamento e ausência de legislação que estimule a atividade.

Segundo consta no projeto do parlamentar mato-grossense, além da recuperação do material plástico, poderá beneficiar pessoas desempregadas com geração de novos empregos. “A contaminação do plástico pelo lixo orgânico é justamente um dos principais problemas para o crescimento da indústria da reciclagem do lixo doméstico. A simples separação do lixo orgânico do seco já traria um impulso importante para o setor”, diz o deputado.

Malheiros disse, que enquanto, o mercado mundial de reciclagem de plásticos se expande em nosso país, mas esse material ainda é fator significativo de poluição ambiental e agravamento de problemas urbanos como as enchentes.

“O aumento da demanda por embalagens plásticas mostra que precisamos tomar uma atitude rapidamente”, frisou o deputado.

“O projeto demonstra a preocupação com o impacto ambiental que o lixo plástico provoca e a reunião com membros da ONG´s, empresários do ramo e governo do estado é para buscar alternativas para salvar o nosso meio ambiente”, justificou Malheiros.

Reciclagem

Existem três tipos de processos de reciclagem do PET no Brasil, o mais comum é o mecânico. O processo de reciclagem de embalagens plásticas (PET) requer, em média, apenas 30% da energia necessária para a produção da matéria-prima.

Entre os benefícios de reciclagem do volume de lixo coletado, todo ele é removido para aterros sanitários, proporcionando melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica (o plástico impermeabiliza as camadas em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos).

Diversos produtos podem ser produzidos a partir do PET reciclado, confira alguns deles, indústria automotiva e de transportes - tecidos internos (estofamentos), carpetes, peças de barco, pisos - carpetes, capachos para áreas de serviço e banheiros, artigos para residências - enchimento para sofás e cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas, embalagens - garrafas, embalagens, bandejas, fitas, enfeites - têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas, vestuário em geral, uso químico - resinas alquídicas, adesivos. Do total reciclado de PET, 40% vão para a indústria têxtil, que é a principal aplicação para o produto.

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