“Dia virá, certo, que a mulher, capacitada de seus direitos e educada para exercê-los, poderá viver a vida autônoma de todo ser humano e não terá o que temer”.

Revista A Violeta, 1919

HISTÓRICO
Com a intenção de promover a aproximação entre as mulheres dos parlamentares, a senhora Bia Spinelli, esposa do Deputado Ubiratan Tom Spinelli, então Presidente da Assembléia Legislativa – 1983/1984 – convidou-as para se reunirem nas noites das terças-feiras.

A partir de então todas as terças-feiras, na Sala de Reunião dos Deputados as esposas dos parlamentares se reuniam, no início timidamente, mas de forma crescente a amizade e a confiança mútua foram fortalecidas pela troca de experiências em áreas sociais e políticas que elas vivenciavam de há muito.

A idéia era que enquanto os Deputados estivessem em Sessão Plenária, elas poderiam estreitar as relações de amizade, pois independente de situações partidárias e ideológicas, percebeu-se que todas ali buscavam o bem comum em prol de uma sociedade mais justa e solidária, e em unidade direcionaram as ações e atendiam as reivindicações que vinham de qualquer região do Estado.

Nessas bases foi que, com a posse do Deputado Roberto Cruz na Presidência – 1985/1987 – assumiu o comando da Sala da Mulher a senhora Walquiria Cruz que de fato inaugurou um espaço destinado exclusivamente as atividades desenvolvidas pelas companheiras dos Deputados, que nas palavras da senhora Bia Spinelli “era uma sala pequena, bonita e que nos enchia de orgulho”. Nesse espaço a participação e as atividades eram constantes e muitas ações beneficentes foram realizadas.

A Sala da Mulher retoma suas atividades somente no ano de 1993, com a posse do Deputado Humberto Bosaipo, para Presidir o Parlamento Estadual – 1993/1995, sob o comando da dinâmica senhora Marisa Bosaipo, que a partir de então divide diretamente os trabalhos com a senhora Maria José Moura, esposa do 1° Secretário da Casa que a época era o Deputado Paulo Moura.

Neste período inicia uma nova fase para a Sala da Mulher, pois houve uma grande aproximação entre as esposas dos Deputados todas empenhadas em atender as reivindicações que chegavam à Sala, com procedimentos de reuniões técnicas em que as propostas eram recebidas, analisadas e discutidas sobre as formas de se atender, buscando soluções que não fossem paliativas, mas que fosse duradoura, a intenção não era praticar assistencialismo, mas formar cidadania.

“A dimensão da Sala da Mulher Mato-grossense Deputada Oliva Enciso se amplia na medida em que a sociedade mato-grossense sofre os reflexos das grandes transformações humanas e políticas do país e do mundo. A mulher não pode ficar ausente das discussões, não podemos nos omitir nas grandes questões do nosso Estado, elas são questões do nosso tempo.” A afirmativa é de Marisa Bosaipo na sessão solene realizada no dia 27 de maio de 1993, em que se reverenciou as pioneiras que idealizaram a Sala da Mulher, pois pela união e desprendimento foram capazes de modificar a vida de muitas pessoas e influir decisivamente na sociedade registrando sua presença nas ações de cunho social.

Diversas palestras, seminários e encontros foram promovidos pela Sala da Mulher bem como visitas as diversas sociedades, instituições e entidades que assumem o papel primordial em prol da coletividade. Os trabalhos realizados neste período foram solicitados por outras Assembléias Legislativas como a de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.

O NOME DA SALA
A inauguração da Sala da Mulher ocorreu no dia 27 de maio de 1993, em Sessão Solene no Plenário da Assembléia Legislativa, ocasião em que foram homenageadas: Bia Spinelli como precursora desse ideal, Walquiria Cruz - que solidificou o trabalho conseguindo um espaço físico exclusivo nesta Casa de Leis para a Sala da Mulher - e Eldimar Ninomya, por ter sido o vínculo entre a idéia e a concretização do ideal. Homenageada também a deputada Oliva Enciso, em reconhecimento ao seu trabalho e atuação que sempre significarão exemplo e verdadeira história de vida. Foi a primeira mulher a se eleger deputada estadual e em agradecimento por ter honrado o espaço, cedeu seu nome para a entidade: “SALA DA MULHER MATO-GROSSENSE DEPUTADA OLIVA ENCISO”.

Com a realização desta Sessão Plenária ficou registrado nos anais do Poder Legislativo o depoimento das personalidades que foram as pioneiras na idéia e das que a concretizaram no espaço físico e ideológico. ATUALIDADE
Com a posse do Deputado Silva Barbosa na Presidência do Poder Legislativo – 2005/2007 – assume a Sala da Mulher a sra Roseli Barbosa, que conseguiu agregar as esposas dos deputados em uma nova campanha em prol da coletividade menos favorecida do nosso Estado. Desta feita conta com o apoio da senhora Zenita D’Avila, esposa do deputado Zeca D’Avila, 1° Vice-Presidente da Assembléia. Juntas conseguiram desenvolver várias ações inclusive algumas em parceria com entidades públicas e privadas que resultaram em significativos benefícios para instituições como APAE, Associação Pestalozzi, Associação Comunitária de Deficientes, AVOGÁS, creches filantrópicas dentre outras instituições.

A Sala da Mulher também promove e apóia as ações que valorizam o servidor do Poder Legislativo. Neste ano de 2005, dentre as ações desenvolvidas citamos: o patrocínio da exposição “Prata da Casa” em que os talentos dos servidores, em diversas áreas, foram valorizados e a mostra fez parte das comemorações do dia do servidor; promoveu em parceria com o Instituto Memória a primeira Noite Cultural da Assembléia Legislativa, que tinha como estrela maior a servidora aposentada Eliete Teixeira e o Natal de Luzes que brindou os servidores e a comunidade com apresentação de mais de 15 corais da capital no saguão da Assembléia.

Assim, em sintonia com o Sindicato e Associação dos servidores a sra Roseli Barbosa está sempre imbuída também na valorização do servidor do Poder Legislativo.

Nessas ações a senhora Roseli Barbosa sentiu que a Sala da Mulher, já com décadas de atuação, precisava ser de fato regulamentada no âmbito desta Casa de Leis. Assim, uma das suas primeiras ações foi elaborar estudo junto à assessoria parlamentar da Presidência para se regulamentar a Sala da Mulher. Isso aconteceu com a aprovação em 22/12/2005 da Resolução n° 452/05, que criou de fato e de direito o espaço Sala da Mulher na estrutura da Presidência da Assembléia Legislativa, definindo seu objetivo e atribuições.

A senhora Roseli Barbosa afirma que o sucesso dos eventos acontece graças à participação efetiva da sociedade mato-grossense. “Trabalhamos muito este ano de 2005 na tentativa de contemplarmos as entidades filantrópicas que cuidam dos menos favorecidos e, graças ao empenho de todos os parceiros o resultado foi extremamente positivo”, avalia a coordenadora.

Dar continuidade às ações sociais desenvolvidas em 2005 está entre as iniciativas das integrantes da Sala da Mulher para 2006. Na pauta também esta a realização de eventos que promovam a cidadania, por intermédio de ações voltadas ao combate às desigualdades e que garantam o acesso das minorias aos seus direitos civis, políticos e sociais.

Esta é uma homenagem do Instituto Memória do Poder Legislativo às mulheres que participaram e participam desta instituição “Sala da Mulher Mato-grossense do Poder Legislativo” que como muitas enxergaram e enxergam além de seu tempo e avançam limites, venceram em seus ideais e são reconhecidas pelo bem que fazem em prol da coletividade.

Ísis Catarina Martins Brandão
Secretária do Instituto Memória
Fonte: acervo Instituto Memória

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