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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Terça-feira, 18 de outubro de 2005 18h53


Servidores da UFMT debatem greve

A deputada Vera Araújo (PT) intermediou o debate sobre as causas da greve nas instituições federais de ensino

FERNANDA BORGES / SECRETARIA DE IMPRENSA



Servidores federais da educação debateram na tarde desta terça-feira as possibilidades para viabilização de recursos para recomposição salarial da categoria, além da incorporação de benefícios ao salário base dos professores em todas as instâncias- graduado, especializado, mestrado e doutorado, e com isso colocarem fim a greve na educação federal que já dura 48 dias.

A Audiência Pública, requerida pela deputada Vera Araújo (PT), reuniu representante de todos os setores envolvidos na paralisação das graduações federais, iniciada em 30 de agosto deste ano, e contou com a participação de alunos e sindicatos representantes de professores, técnicos, e corpo discente. Também acompanharam o evento os parlamentares Humberto Bosaipo (PFL) e Eliene Lima (PP).

Tanto os professores quanto os técnicos administrativos têm como bandeira de luta o reajuste salarial para as categorias. Os docentes pedem recomposição de 18% sobre o salário, realização de um concurso público, melhorias nas condições físicas dos prédios e definição de uma política nacional para educação. Os técnicos reivindicam a implantação da 2a etapa de carreira, benefícios como auxílio saúde, parcelamento de férias e reajuste do vale alimentação. “Temos que ouvir as reivindicações e movimentar em âmbito federal nossas bases. Entendemos como justa a luta e sabemos da necessidade de reajuste. Vamos debater ao lado dos que estão sendo prejudicados”, explicou a parlamentar.

A contraproposta do Governo Federal, apresentada na última assembléia realizada pelo comando geral de greve definiu um reajuste de 25% só sobre as gratificações incorporadas aos subsídios dos professores que se encontram em nível superior ao de grau de graduado. Outros aumentos ainda estão sendo discutidos.

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Mato Grosso (Adufmat), Carlos Alberto Eilert explicou que a greve aconteceu justamente por esta falta de consenso entre as propostas e que se não houver uma unificação dos benefícios, continuarão trabalhando sem previsão para a volta as aulas. No Brasil, 15 Universidades Federais recusaram a proposta federal. “Não vamos aceitar isso. É um absurdo admitirmos que o salário base de um professor seja menos de um salário mínimo e que com as gratificações todas chegue a pouco mais de 600 reais. Se não houver uma proposta mais justa, por exemplo, dos 18% incorporados ao salário base a greve continua”, enfatizou.

Segundo a professora Matilde Crudo, representante da Universidade Federal de Mato Grosso, a luta é justa, mas muitos avanços foram registrados nos últimos anos. Para 2006, o orçamento prevê um acréscimo de 35% no orçamento das Universidades Federais. O valor ainda é irrisório visto a defasagem estrutural das instituições. “Mas não podemos deixar de considerar um avanço”, considerou Crudo.

Hoje a UFMT atende cerca de sete mil alunos entre as 4613 vagas disponíveis mais os mestrados e especializações.Os professores na ativa totalizam 923 pessoas. Só estão paralisados os cursos de graduação. Os demais, como pesquisas e pós-graduações continuam funcionando normalmente.

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