Sexta-feira, 5 de agosto de 2005 17h55
Servidores de casa nova
JUSTINA FIORI / SECRETARIA DE IMPRENSA
O ex-deputado também guarda na lembrança a sessão mais longa realizada na Assembléia, que durou três dias e três noites. Na pauta, o pedido de cassação do então governador Júlio Campos (1983-1986). "Os deputados almoçaram, jantaram e passaram três dias trancados neste plenário", recorda. Ele também guarda, como funcionário, a amizade e a confraternização entre os colegas.
O deputado Humberto Bosaipo já foi presidente da Assembléia, mas começou a freqüentar o local ainda adolescente, por volta dos 14 ou 15 anos. Em seguida se tornaria servidor da Casa que, como deputado, viria a presidir. Na função de presidente da Comissão encarregada da mudança para o novo prédio, ele olha para as paredes do Palácio Filinto Muller e diz: "Aqui passei grande parte da minha juventude, a minha militância no movimento estudantil e, agora, estou como deputado".
Ele está no terceiro mandato como deputado e ressalta a passagem, pelo Palácio Filinto Muller, de grandes vultos da história política de Mato Grosso, a criação de novos municípios e a discussão de projetos que transformaram o Estado. "Esta Casa tem debatido questões que vão desde a plantação de pequi até a utilização das células-tronco", diz.
Outro que ressalta o relacionamento entre os funcionários como a principal lembrança que leva da atual sede do Legislativo é o policial militar Juscelino Rodrigues dos Santos, que há 14 anos trabalha no local. Ele diz que tem amizades que perduram há mais de década e que pretende mantê-las mesmo no novo prédio. Trabalhando na segurança dos deputados em plenário, Juscelino lembra que acompanhou quase todas as discussões da Constituinte e costuma relembrar várias dessas discussões em conversas com amigos e familiares. "Foi um fato histórico. Era a mudança de uma legislação".
O garçon Antônio Gonçalves de Queiroz é outro que acompanha os trabalhos legislativos há 19 anos e garante que vai levar muitas recordações do prédio. Uma delas é o mistério que envolve, até hoje, a imagem de uma santa, que está guardada na capela da Assembléia Legislativa e, inexplicavelmente, caiu no chão, ficando em pedaços. O garçon foi o primeiro a descobrir o "acidente" com a imagem. Ele diz que chegou cedo à Assembléia e ouviu dos seguranças o relato de que, durante a madrugada, um forte barulho assustou a todos. Ninguém havia conseguido descobrir do que se tratava. Foi Antônio Gonçalves quem descobriu ao se dirigir até a capela para fazer uma oração. "Ninguém sabe até hoje o que aconteceu", diz. Outro funcionário, Pedro de Arruda, tem 26 anos de casa e é o responsável por fechar as portas da Assembléia Legislativa. Nas mãos, ele carrega dezenas de chaves e sabe qual a porta a que corresponde cada uma delas.
Último a sair, ele é o encarregado de garantir que ninguém tenha ficado no interior do prédio. "Já tive ocasiões em que passei a noite inteira esperando terminar uma sessão", conta. Todas essas lembranças estarão sendo levadas para o novo prédio, que passa a guardar, a partir do dia 17, a nova história do Poder Legislativo de Mato Grosso.
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