O presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, deputado Silval Barbosa (PMDB), acompanhado de Pedro Satélite (PPS), conseguiu avançar nas negociações com trabalhadores do nortão, que há quatro dias, em sinal de protesto, impediam o tráfego entre Peixoto de Azevedo e Matupá, na BR-163 (Cuiabá-Santarém).

Os manifestantes resolveram desobstruir a BR, com intermediação de Silval Barbosa, que prometeu realizar uma reunião entre a AL/MT com a do Pará em busca de solução.

As manifestações ocorreram depois que o governo paraense decidiu criar uma reserva ambiental onde hoje estão morando cerca de cinco mil pessoas, que dependem dos recursos naturais da região para sobreviverem. Eles protestaram contra a decisão.

“É possível chegarmos ao consenso. Esses trabalhadores têm famílias para cuidar e não podem ser prejudicados. Mato Grosso também não pode ser penalizado”, afirmou Silval, que tem buscado todos os meios para solucionar o problema entre dos dois estados.

Durante toda a semana passada, o bloqueio da BR-163 e as péssimas condições de trafegabilidade na rodovia foram alvos dos deputados que representam a região norte de Mato Grosso. Os deputados Dilceu Dal Bosco (PFL) e Pedro Satélite fizeram críticas ao governo federal.

Para os parlamentares, o Planalto não tem, vontade política para concluir as obras de pavimentação da BR-163 e nem a conservação do trecho já asfaltado da rodovia.

Em função disso, Silval Barbosa, Dilceu Dal’Bosco, Satélite e José Riva (PTB) prometem empenho junto à bancada federal e órgãos vinculados ao Ministério dos Transportes. Os deputados anunciaram a aprovação de um requerimento que solicita à realização de audiência pública para discutir a situação da BR-163. A discussão deve acontecer ainda este semestre em Sinop ou Guarantã do Norte.

”Não podemos mais admitir o descaso do governo federal com Mato Grosso. Não falo nem do trecho que precisa ser asfaltado, mas da parte pavimentada que se encontra em péssimas condições de conservação”, destacou Dilceu.

Já em relação ao bloqueio da Br-163 sobre a Ponte do Rio Peixoto, embora a briga não seja de Mato Grosso, está refletindo de forma negativa na economia da região norte.

Pedro Satélite criticou a portaria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que determina o recadastramento das propriedades rurais com mais de 100 hectares.

Segundo o parlamentar, a população está insatisfeita com a criação do Parque, que vai ocupar mais de dois milhões de hectares na região. “É uma área que está subjudice, porque até o momento ninguém sabe se a área pertence a Mato Grosso ou ao Pará”, destacou Satélite.

Satélite disse ainda que o decreto 010/2004, do governo federal, define um prazo de apenas 60 dias para que seja feito o recadastramento na região. “Esse prazo é insuficiente e vai prejudicar as famílias assentadas na área há mais de 30 anos no local. O que elas estão reivindicando é a regularização fundiária”, criticou.

O prefeito José Humberto Macedo (PFL), de Guarantã do Norte, distante a 709 quilômetros de Cuiabá, disse que o descontentamento dos produtores rurais está no fato de o governo federal criar uma Reserva Ambiental na região. Para o prefeito, com a criação da reserva o Vale do Quinze vai ficar inviabilizado. De acordo com José Humberto, o tamanho da área será em torno de 500 mil hectares, o que vai prejudicar a economia local sustentada principalmente pela pecuária.

Segundo o pefelista, a área não pode ser desapropriada pelo Governo Federal porque está subjudice. O Vale do Quinze está localizada na divisa entre Mato Grosso e o Pará.

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