No Centro de Convivência para os Idosos, localizado no bairro do Porto, em Cuiabá, Vergínia Romansini Silva, uma paulista de 76 anos de idade, nascida em Monte Aprazível e que há 22 anos fixou residência na Capital mato-grossense, se diverte – ela pratica esportes ao lado de algumas dezenas de pessoas com mais de 60 anos.

E o que há de especial na vida dessas pessoas, é justamente o que elas têm de tão comum à classe média brasileira: dinheiro curto. Vergínia não tem perdão para os desavisados que vêm perguntar “como é isso de se divertir praticando atividades físicas e até aprendendo corte e costura aos 76 anos”. Sempre sorridente, ela costuma esclarecer: “Não há nada de estranho nisso. Tenho todo o tempo da vida para a diversão e a ginástica. Freqüento o Centro desde que tomei conhecimento da sua existência. Para as pessoas idosas, ele é uma benção de Deus”, garante.

Viúva já há oito anos, Vergínia tem um filho e uma filha que residem em Cuiabá. Ela mora com a filha e apesar de viver a vida se divertindo, procura ser uma mãe e avó presente, mas não intrometida. No entanto, durante o dia, passa a maior parte do seu tempo fazendo hidroginástica e participando também de outras atividades oferecidas no Centro de Convivência como, por exemplo, oficinas de artesanato e de corte e costura.

Talvez, por isso, e mesmo sem alimentar o sonho da eternidade, Vergínia e muitos dos seus companheiros e companheiras do Centro busquem uma velhice mais saudável e façam planos para o futuro – um futuro que inclui, inclusive, o uso do direito constitucional de ir vir, em viagens preferencialmente gratuitas para rever parentes, ou mesmo de lazer numa nova forma de fazer turismo e que já começa a se estabelecer no país.

A propósito, numa referência a proposta do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa (PMDB), de garantir na legislação para todos os idosos a gratuidade em Mato Grosso no transporte coletivo intermunicipal, Vergínia disse que a proposta é boa e vem fazer justiça aos que já deram a sua parcela de contribuição à sociedade. “Mesmo no meu caso que não viajo para fora porque não tenho necessidade, agora. Mas posso precisar um dia”, observou.

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