A deputada estadual Vera Araújo, do PT, avalia como muito positiva a reunião do Fórum "Pró-Ferrovia em Cuiabá" com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, realizada, no Rio de Janeiro. Verinha foi a única deputada estadual presente dentre os 24 membros da comitiva de Mato Grosso, integrada por empresários da indústria, comércio, governo do estado, prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande e vereadores. A audiência foi requerida e coordenada pela senadora Serys Marly, do PT.

O objetivo da audiência foi requerer que o BNDES destine dois milhões de reais dos recursos que estão sendo investidos na recuperação da Brasil Ferrovias (holding que integra as empresas Ferronorte, Portofer, Novoeste e Ferroban), para a realização do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental da implantação da ferrovia no trecho entre Mineirinhos (Rondonópolis) e Cuiabá, de 210 KM.

Conforme a deputada, antes da reunião com Guido Mantega não existia nada de concreto no sentido de se obter recursos para a realização dos estudos ambientais necessários para a realização da obra. "Agora, o presidente do BNDES ofereceu duas possibilidades para que isso aconteça", esclareceu Vera.

De acordo com ela, a primeira possibilidade é que a Brasil Ferrovias oficialize o pedido para que o mesmo possa ser apresentado ao Conselho de Administração da empresa, no qual o BNDES é acionista minoritário, através de sua subsidiária, a BNDESpar. A Brasil Ferrovias é a concessionária da obra. Guido Mantega explicou que, caso o pedido fosse acatado, seria discutido então como fazer o remanejamento do recurso.

O banco está alocando cerca de 900 milhões de reais para a recuperação da malha ferroviária sob a administração da Brasil Ferrovias. O trecho mais crítico está em São Paulo. Vera disse que os trens circulam a 80 Km por hora em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas precisam reduzir para 20 Km quando entram em São Paulo.

A recuperação deste trecho está prevista para um prazo de dois anos. Alguns trechos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também, devem receber manutenção.

A segunda possibilidade oferecida pelo presidente do BNDES seria no caso de um novo financiamento a ser concedido para a Brasil Ferrovias. Nesse caso, a empresa deveria prever o EIA-Rima como um dos itens a serem financiados. "Mantega disse que o primeiro passo para se garantir a chegada da ferrovia até Cuiabá seria a reestruturação da Brasil Ferrovias, o que já está sendo feito, daí a nossa avaliação positiva do encontro", disse Vera.

Ela destacou ainda que a motivação das utoridades do estado (também elogiada por Mantega) seria outro fator favorável ao sucesso do empreendimento. Dentre outros, estiveram presentes à audiência o secretário da Casa Civil do governo do estado, Luiz Antônio Pagot; o prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos; a vice-prefeita de Cuiabá, Jaci Poença; representantes da FIEMT; Fecomércio e CDL de Cuiabá; sete vereadores; o presidente do Fórum Pró-ferrovia, Vicente Vuolo, vereador de Cuiabá (PPS) e outros integrantes do Fórum.

Vera lembrou que na audiência sobre traçado da Ferronorte, requerida por ela e o deputado Campos Neto (PP), em setembro, o presidente da Empresa, Elias Nigri, garantiu o compromisso de buscar recursos para o EIA-Rima e a retomada das obras (os trilhos pararam no município de Alto Taquari), pelo traçado original da Ferrovia Vicente Vuolo (até Cuiabá).

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