Moradores pioneiros do município de Rondolândia (1.150 km a Noroeste de Cuiabá) denunciam o prefeito José Guedes Souza (PPS) pela prática de diversas irregularidades. Conforme as denúncias, os desvios administrativos práticados pelo prefeito estariam até provocando êxodo no município. Inquéritos contra o prefeito estão sendo requeridos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público Estadual (MPE) e Secretaria Estadual de Infra-Estrutura (Sinfra).

As denúncias estão sendo feitas pelo ex-vereador Mauro keller, que foi presidente da Câmara Municipal de Rondolândia e pelos seguintes pioneiros do município: José Ronsento da Silva, Adiel Rodrigues Leal e José Salete de Medeiros. Uma das denúncias é quanto a irregularidades cometidas na construção de casas com recursos do Fethab.

O prefeito é acusado de utilizar materiais bem abaixo do especificado nas obras. Por exemplo, no local onde deveria utilizar 100 barras de ferro, o prefeito só teria empregado 10. O concreto feito nas obras estaria esfarelando. As irregularidades também teriam ocorrido na construção de estradas. Conforme Mauro Keller, as denúncias teriam motivado a abertura de uma CPI. Porém, esta foi arquivada, já que tanto o presidente e como o relator da mesma seriam aliados do prefeito.

Os denunciantes informam que enviaram pedidos de investigação para a Secretaria de Infra-Estrutura e o TCE, além do promotor do Ministério Público da região. O primeiro engenheiro da Sinfra que foi ao local não teria aceitado receber as obras, Porém, um segundo enviado as recebeu. A atitude está sendo contestada no CREA.

O prefeito é criticado também pela situação do transporte escolar. Os motoristas mais antigos teriam sido trocados por aprendizes. Freqüentemente falta óleo diesel e peças de reposição para as viaturas e, em conseqüência, os alunos faltam às aulas. Na saúde, faltam medicamentos. A situação é precária também em relação à iluminação noturna e abastecimento de água. As críticas também abrangem a ineficiência no cadastramento de benefícios sociais como a Bolsa-Escola.

Esta situação estaria provocando, conforme os denunciantes, a saída de muitos dos moradores da cidade, já que não existiria confiança de que os recursos recebidos pela Prefeitura sejam realmente empregados em obras. A inadimplência da Prefeitura com órgãos federais teria provocado a perda de convênios para investimentos no município.

O prefeito José Guedes foi reeleito em 2004 e, depois disso, já chegou a ser cassado em primeira instância. Porém, a sentença foi reformada pelo pleno do TRE. De acordo com Mauro Keller, o prefeito perdeu a eleição na cidade e só venceu a disputa por que obteve a totalidade dos votos na área indígena do município, o que está sob suspeição. A decisão do pleno está sendo contestada.

Os denunciantes informam também que nem na cidade o prefeito residiria. Conforme o grupo, Guedes residiria em Manaus e iria a Rondolândia de 15 em 15 dias. O maquinário da Prefeitura seria utilizado na fazenda de propriedade deste, que também seria o dono dos prédios onde funcionam a Câmara e a Secretaria Municipal de Educação. O prefeito é acusado de usar "laranjas" nas licitações feitas pela prefeitura.

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