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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 6 de abril de 2015 08h30


DEBATE

Autismo é tema de audiência pública na AL

Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) pede apoio para a construção da sede da entidade, em Cuiabá

SANDRA COSTA / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO



Audiência Pública Dia da Concientisação do Autismo (Foto: Marcos Lopes/ALMT)

A Assembleia Legislativa realizou na última quinta-feira (2), audiência pública pelo dia Mundial da Conscientização do Autismo, comemorado nesta data. O evento foi requerido pelo deputado Sebastião Rezende, que debateu políticas públicas para os autistas em Mato Grosso, juntamente com autoridades e representantes da Associação dos Amigos do Autista (AMA).

“Foi uma discussão importante com a participação efetiva dos pais e autoridades presentes que puderam esclarecer mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Toda audiência foi taquigrafada e daremos uma cópia da ata para quem tiver interesse. Vamos marcar uma reunião com a AMA para elaborar uma pauta e encaminhar ao governador Pedro Taques”, afirmou o deputado Sebastião Rezende.

Um dos pedidos feito pela Associação foi o apoio para a construção da sede, que tem um terreno nas proximidades do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na região do Paiaguás.

“Temos esse espaço e esbarramos na questão financeira. A colaboração sempre vem de pais e amigos, porém as escolas públicas hoje não atendem a demanda de crianças com autismo. Com essa sede, poderíamos oferecer atendimento tanto aos autistas quanto pais e familiares dos mesmos, pois é um assunto que afeta toda a família, tanto que 74% dos casais com filhos que possuem esse transtorno são separados”.

DADOS - Promotora de Justiça da Vara de Violência Doméstica Sasenazy Soares tem uma filha com autismo e destacou a falta de inclusão na rede de atendimento em Cuiabá. Informou que o Ministério Público Estadual (MPE) instaurou dois inquéritos civis públicos, um na área de saúde e outro na educação.

Segundo ela, foi detectado na rede de atendimento básico de saúde informações desencontradas entre os profissionais e ausência de conhecimento a respeito do autismo, para um primeiro diagnóstico e encaminhamento. Informou ainda que somente no Centro Integrado de Assistência Psicossocial (Ciaps), 33% dos casos de crianças atendidas dizem respeito ao TEA na fase aguda.

“No que diz respeito ao inquérito da educação, em resposta, um sindicato entendeu que as escolas particulares não têm que oferecer atendimento educacional especializado. Isso mostra que não há referências e que a política para os autistas não está implementada no município de Cuiabá”.

DIAGNÓSTICO - A psicóloga Erica Rezende Barbieri é irmã do deputado Sebastião e mãe de uma criança autista. Ela foi uma das palestrantes e falou sobre “Como reagem os pais ao receberem o diagnóstico de TEA”, que é doença de alta complexidade e o diagnóstico é por exclusão.

“Geralmente é demorado, são feitos muitos exames. As crianças não interagem, mas não tem nada. E quando vem a descoberta de que tem algo errado, a princípio, vem um alívio, por ter encontrado algo. Depois um sentimento de culpa de terem feito algo errado, seguido pela sensação de perda e, por fim, o medo do futuro. Formar grupos de pais sempre ajuda, com o auxílio de familiares e amigos”.

Na oportunidade, o médico nutrólogo Waldirson Coelho explicou que quanto maior o grau do autismo, mas difícil de lidar com o autista. Geralmente, possuem transtorno de hiperatividade, alguns agressivos, mas são verdadeiros nas atitudes.

“O TEA aparece, em geral, até os três anos e compromete a comunicação e interação social. A questão nutricional nos autistas é bem relevante, pois afeta a absorção de nutrientes importantes como o zinco, vitamina D. Há também transtornos intestinais e intolerâncias alimentares”.

ENCAMINHAMENTOS - O secretário adjunto de Saúde, pediatra Arlan Azevedo, destacou que a discussão é oportuna e que o Governo busca por melhorias na área de saúde mental. “Estamos delineando políticas públicas neste sentido tanto no atendimento básico quanto para o de alta complexidade. Temos a predisposição de dar todo apoio e usar todos os caminhos para assistência adequada para crianças com TEA”.

Já o deputado federal Victorio Galli, colocou o seu gabinete à disposição para que verificar juridicamente a possibilidade da AMA se torna uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). “Se for possível, vamos trabalhar para destinar emenda parlamentar e colaborar com a construção da sede”. Por outro lado o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de Cuiabá, vereador Lilo Pinheiro, citou que conheceu um projeto de uma clínica escola do autista no Rio de Janeiro, a custo de R$ 30 mil reais/mês. “Já incluso todo gasto com a equipe multidisciplinar e o que pudermos fazer por essa luta capitaneada pelo deputado Sebastião, vamos colaborar”.  


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