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Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 12h17


SAÚDE E BEM-ESTAR

Governo pode ter que custear óculos a criança com microcefalia, defende Rezende

Proposta abrange óculos de grau ou escuros, indicados por médicos

MARIA NASCIMENTO TEZOLIN / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO



Deputado Sebastião Rezende (Foto: JLSiqueira/ALMT)

Em dezembro de 2015, um grupo de 150 bebês foi avaliado pela equipe da Fundação Altino Ventura, em Recife, capital de Pernambuco.  Destes, 20% tinham problema na audição e 30% na visão. A estimativa dos médicos é de que 80% dos bebês com problemas na visão iriam usar óculos. Ainda, 40% das crianças com síndrome congênita da zika tinham lesões nos olhos e mais de 90% enxergavam abaixo do normal para a idade. Por isso, os médicos asseguraram que o tratamento com óculos especiais seria indicado para ter avanços não só para a visão, mas para todo o processo de crescimento e aprendizagem do bebê.

O diagnóstico feito em Recife é base para os demais estados brasileiros, por isso, o deputado estadual Sebastião Rezende, apresentou no Parlamento mato-grossense o Projeto de Lei 11/2017, que autoriza ao Poder Executivo custear óculos de grau, ou mesmo óculos escuros, para crianças que possuam problemas na visão devido à microcefalia, de acordo com a necessidade de cada uma.

Ao justificar o projeto, Rezende citou dados médicos que afirmam que, se a criança não for examinada e não tiver a visão estimulada, pode, sim, ficar cega no futuro.  Ele lembrou que, de acordo com os médicos,  não é uma cegueira total, mas é uma visão muito baixa, turva, como a de um recém-nascido. É como se a visão ficasse para sempre como a de um bebê. Existe a luz, mas não se desenvolve. “Quando a criança enxerga melhor, isso repercute em toda a etapa de desenvolvimento global. Essas crianças fazem testes com óculos e sem óculos, e a melhora é significativa. Elas já reagem à natureza, vão ter um futuro acessível ”, explicam os médicos.

ENTENDA:

Desde que surgiu a suspeita de que a infecção pelo vírus zika provocaria lesões em várias estruturas cerebrais, entre elas as que resultam na microcefalia, médicos de diversas áreas começaram a investigar as causas e consequências do fenômeno. Entre eles, uma equipe de oftalmologistas, que atuam no Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope) e na Fundação Altino Ventura. Eles descobriram que em praticamente todos os casos avaliados, a visão do bebê tem algum grau de comprometimento.

A médica oftalmologista Eveline Barros, do hospital pernambucano, explicou  que as complicações mais observadas entre as crianças examinadas estão o estrabismo neurológico, a atrofia da retina e a alteração pigmentar (manchas na retina), lesões que podem causar cegueira.

 A hipótese de que o zika vírus esteja relacionado também com a ocorrência de lesões oculares em recém-nascidos foi relatada pela primeira vez na revista britânica The Lancet, uma das mais importantes do mundo.

 


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