Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Segunda-feira, 4 de junho de 2012 01h00


Lucas do Rio Verde clama por presença de governo

RAPHAELLA PADILHA / ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO



Ronaldo Mazza-ALMT
Deputado Dilmar Dal`Bosco-DEM
Usando o argumento de que ´o cobertor é curto´ (a arrecadação é insuficiente para cobrir as demandas existentes) o Governo do Estado, por meio do secretário- adjunto de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, afirmou que o aumento do efetivo policial em Lucas do Rio Verde, apontado como solução para a crescente criminalidade no município, não deve ocorrer tão cedo. O anúncio, feito durante audiência promovida pela Assembleia Legislativa, frustrou o público presente ao debate.

Bustamante afirmou que o Estado deve lançar, nos próximos dias, o edital para realização de um novo concurso para as policias civil e militar, mas deixou claro que serão priorizadas cidades com maiores índices de violência, e que o município de Lucas não se enquadra neste perfil, uma vez que, segundo ele, seus números permaneceram estáveis mesmo considerando o vertiginoso aumento populacional e econômico da cidade.

“Em 2010 foram cometidos 604 furtos em Lucas. Em 2011, 655. Podemos concluir que em um ano houve decréscimo destes índices, se considerarmos o aumento populacional. Sei que estes são números que não agradam a comunidade, mas que, no contexto do Estado, estão bem abaixo dos outros municípios”, afirmou Bustamante.

Segundo o secretário-adjunto as ações do Executivo para minorar a criminalidade na região estão voltadas a instalação de câmeras de vigilância e a implantação do serviço de inteligência específico para o nortão , visando inibir a ação de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos e caixas eletrônicos.

Com um discurso duro, a promotora de Justiça Patrícia Eleote de Campos cobrou a presença do Estado no município. Segundo ela, a sociedade luverdense assume o papel do Executivo no tocante a segurança pública, a exemplo da contratação de quatro estagiários para confecção de boletins de ocorrência, situação que liberou os agentes civis da função administrativa.

Outro exemplo da falha do governo em relação à segurança municipal, de acordo com a promotora, foi a construção da cadeia pública, no valor de R$ 1 milhão, com recursos da prefeitura. “É utopia seguirmos o princípio constitucional de que a segurança é dever de todos e obrigação do Estado. Aqui em Lucas, ela está sendo feita por empresários e pela prefeitura”, protestou, afirmando que o governo sequer mandou representantes para inauguração do local.

O delegado do município de Lucas do Rio Verde, Marcelo Torhacs, endossou as críticas da promotora. Ele classificou os membros da Polícia Civil de Lucas como verdadeiros heróis, que ‘seguram a bronca junto na sociedade’ diante de um número ínfimo de material humano e de trabalho.

Segundo Torhacs, durante anos o efetivo se manteve o mesmo. Ele revelou que era delegado em Tapurah quando a polícia de lá recebeu reforço de cinco investigadores de uma só vez, enquanto Lucas do Rio Verde se manteve estagnada. “Qual o problema de Lucas com o governo estadual?”, indagou.

O delegado afirmou que a polícia civil luverdense é responsável pela prisão de 90% dos criminosos que atuaram no município e que 90% dos crimes são hediondos. Ele aproveitou a presença da cúpula da segurança pública para solicitar a construção de um Centro de Medidas Socioeducativas e a aquisição de armas pesadas para o combate ao “novo cangaço” que age na região.

“Falta mais aproximação do Estado com a segurança pública. Não dá para corrermos atrás de quadrilhas especializadas com carros de mil cilindradas, tampouco enfrentamos bandidos de fuzis, com pistolinha”, desabafou.

Na opinião do aposentado Gilson Gregório, morador do bairro Bandeirantes, o Estado abandonou as cidades do interior de Mato Grosso e está com todas as suas ações voltadas a Cuiabá, para realização da Copa de 2014. “Vão reunir bilhões de reais para investimentos em 4 jogos de seleções pequenas e deixar a saúde e a segurança pública de Mato Grosso abandonada”, afirmou.

Também participaram da audiência pública em Lucas do Rio Verde, o secretário-adjunto da Sejudh, tenente-coronel Clarindo Alves de Castro, o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Anderson Garcia, deputado José Domingos Fraga Filho (PSD), além dos representantes das Polícias Militar do CR3 e do município, e da Polícia Civil local. Representantes da Justiça, Promotoria e do Corpo de Bombeiros também foram representados na audiência.

FUNDO DE SEGURANÇA - Durante as discussões sobre a segurança pública de Lucas do rio Verde, o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco lembrou que a Assembleia Legislativa tem realizado audiências públicas em várias cidades de Mato Grosso, levantando as questões que mais têm causado problemas aos municípios, de forma que o Governo possa se fazer presente.

O parlamentar ressaltou o episódio da interdição do Centro de Detenção Provisória (CDP), quando mesmo depois de construído não pode entrar em operação por falta de agentes prisionais, e cobrou que o Estado utilize os recursos do Fundo de Segurança aprovado pela Assembleia Legislativa para atender as necessidades dos municípios.

“Deveria ser usado para melhorar. Foi uma arrecadação de aproximadamente 250 milhões de reais, mas até agora o governo não lançou nem edital de concorrência pública para contratar os profissionais ”, reclamou, lembrando que o fundo foi aprovado em 2010, mas que não houve iniciativa por parte do governo.

O deputado cobrou a descentralização de vários setores do governo, como a segurança pública. “O município faz muito bem feito o dever de casa, sempre passou por excelentes administrações. Vejo que o grande fator que falta a Lucas do Rio Verde é a presença do Governo do Estado”, cobrou Dal Bosco, destacando que a presença dos secretários adjuntos da Segurança Pública e de Direitos Humanos e Justiça tinham como objetivo ouvir o clamor da comunidade

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