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Terça-feira, 15 de maio de 2012 14h44


EM TOM DE PROTESTO E INDIGNAçãO, EMPRESáRIOS, LIDERANçAS POLíTICAS E MORADORES DAS CIDADES DE ITANHANGá E IPIRANGA DO NORTE

Nortão contabiliza prejuízos com a péssima qualidade da energia elétrica

RAPHAELLA PADILHA / ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO



 

Fablicio Rodrigues/ALMT
Audiência pública na cidade de Itanhangá para debater melhorias no fornecimento da energia elétrica do município

 

Em tom de protesto e indignação, empresários, lideranças políticas e moradores das cidades de Itanhangá e Ipiranga do Norte cobraram melhorias na eletricidade fornecida a esses municípios com a conclusão do linhão, cujas obras tiveram início ainda em 2008 e não foram finalizadas. Os manifestos ocorreram durante audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa, no Clube dos Idosos de Itanhangá, na noite da última segunda-feira(14.05).

Autor do requerimento para realização da audiência, o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM) abriu os trabalhos cobrando providências imediatas da Rede/Cemat. Ele lembrou que os municípios do Nortão estão perdendo investimentos pela falta de energia e citou a cidade de Tapurah, que teve que apelar para geradores a diesel – com alto custo de manutenção, para receber uma grande rede de supermercados.

Dilmar também cobrou uma posição mais clara do governador Silval Barbosa (PMDB) com relação aos abusos cometidos pela Rede/Cemat e lembrou que a concessão dos serviços é feita pelo Estado, que, portanto, tem o dever de regular e fiscalizar.

“A falta de energia afeta o desenvolvimento do município e, automaticamente, a geração de empregos. Muitos jovens estão recorrendo a cidades maiores como Lucas do Rio Verde e Sorriso atrás de trabalho, já que os municípios menores estão impossibilitadas de receber indústrias e comércios”, pontuou Dal’Bosco.

Com discurso rígido, o vereador por Itanhangá, Silvestre Kaminski , endossou as críticas ao governador, que, segundo ele, está “tão envolvido com as questões da Copa do Mundo que esqueceu das cidades do interior, retirando, inclusive parte dos recursos do Fethab”.

“Nós gostaríamos de ser pessoas educadas e parceiros do governador, mas se for preciso vamos cobrar com dureza, para que Silval saiba que aqui moram pessoas de bem, que pagam seus impostos e que precisam de empregos para seus filhos”, afirmou.

Entre os mais insatisfeitos com a qualidade da energia estava o prefeito de Ipiranga do Norte, Orlei José Grasseli, o Graxa, que reclamou do uso de geradores para funcionamento dos condicionadores de ar das escolas públicas, e da situação das empresas maiores, a exemplo dos postos de combustíveis, que passam horas inoperantes devido a quedas da eletricidade.

“Em pleno século XXI nós ainda mendigamos por energia elétrica e arcamos com todo prejuízo. A primeira coisa que os investidores falam é que não vão investir porque não tem eletricidade adequada, além do fato de que, qualquer chuvinha afetar nosso fornecimento”, ressaltou Graxa.

O gestor de Ipiranga do Norte apontou outro problema gerado pelas oscilações da energia: a queima de aparelhos domésticos. Nesses casos, segundo o prefeito, os prejudicados não têm a quem recorrer, já que a concessionária não possui uma central de atendimento no município, além do fato de os moradores não poderem apelar judicialmente, vez que o a cidade não possui fórum, nem juizado do consumidor.

Wanderlei Proença, prefeito de Itanhangá, lembrou que duas madeireiras instaladas na cidade mudaram-se para outros municípios devido as péssimas condições de energia, deixando um saldo de mais de 200 desempregados.

Se no centro urbano a qualidade da energia elétrica é ruim, na zona rural a situação é ainda pior, segundo o agricultor Claudionor Francisco Basso. Morador de uma chácara na região de Itanhangá, ele também teve que apelar para um gerador elétrico depois de perder 370 litros de leite com a interrupção do fornecimento por mais de sete horas consecutivas.

“Pago 340 reais de energia. Um custo altíssimo para um serviço sem qualidade. Sou morador de Itanhangá há 15 anos e todo este tempo ouço promessas não cumpridas da Cemat”, desabafou o agricultor.


COMPROMISSOS - O gerente de Planejamento e Manutenção da Rede Cemat, Célio Rassi, afirmou que a demora na conclusão do linhão de energia deve-se a embargos judiciais provocados por proprietários de áreas rurais, que pedem valores exorbitantes para instalarem a faixa de transmissão da Rede Cemat.

Outro problema apontado por Rassi seria a colheita de grãos, período em que a concessionária é obrigada a paralisar suas atividades a pedido dos fazendeiros.

O gerente garantiu que a retomada do linhão de energia, ligando Sinop a Ipiranga do Norte, deve ocorrer em julho próximo, após o período da safrinha, com conclusão prevista para outubro deste ano. Ele afirmou que essa etapa também resolverá, ainda que de forma temporária, o problema de energia em Itanhangá.

O representante da Rede/Cemat comprometeu-se , ainda, com a construção de uma subestação de energia em Ipiranga do Norte em 2013. Somente em 2014, segundo acordo firmado pelo gerente de planejamento, o linhão chegará a Itanhangá, encerrando, de forma definitiva, os problemas daquele município.

Os moradores de Itanhangá e Ipiranga do Norte não ficaram satisfeitos com o cronograma apresentado pela concessionária de energia e prometeram acionar judicialmente a Rede/Cemat e também apelar para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em caso de descumprimento do cronograma.

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